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Imprensa de mãos atadas Por Yari Delgado e Yáskara Martins Desde 1991, a Somália enfrenta uma verdadeira guerra civil, a qual resulta em milhares de mortes e deixa grande parte da população sofrendo de inanição ou buscando refúgio. Apesar da condição do país, um fluxo ainda insuficiente de informação é compartilhado com o resto do mundo. Enfrentando tantas provações e com tantas preocupações, não há considerável dedicação à mídia local. Aliando o foco em segundo plano às dificuldades em manter infraestrutura em um país devastado pela guerra, à interferência de diversos grupos e do governo provisório e às reduzidas experiência e instrução proporcionadas aos profissionais do meio, é possível justificar o reduzido poder da imprensa somali e, consequentemente, a falta de voz da população e o desconhecimento por parte de outras nações da dimensão dos problemas enfrentados na região. A Somália enfrentou diversos conflitos durante sua história. Em 1969, enfrentou um golpe militar pelas mãos do general Mohamed Siad Barre. Em 1991, mergulhou em uma profunda crise, quando nenhum órgão conseguiu auxiliar o país a alcançar estabilidade. Entretanto, quando este enfim se estabiliza, um novo conflito com a Etiópia o afunda novamente em caos, fome e miséria, situação essa que perdura ainda nos dias atuais, sustentada pelo surgimento de milícias e por frequentes e intensos conflitos internos.