Inominável Nº 4 | Page 27

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Nº 4 - Junho, 2016

A primeira etapa do Tour deste ano começa junto ao Mont Saint-Michel e termina na Praia de Utah, um dos pontos de desembarque no Dia D.

4. PETER SAGAN. O eslovaco, actual Campeão do Mundo, é o mais espectacular dos ciclistas em prova. A estratégia para cada etapa parece quase inexistente: Sagan sprinta com os melhores, ataca em plano, em descida, nos paralelos e às vezes em subidas curtas, consegue lugares no pódio depois de ter de ajudar o seu chefe de fila durante a etapa toda ou mesmo furando nos quilómetros finais. Tem vencido a camisola dos pontos desde 2012, e conseguiu um número incrível de top-5 em etapas do Tour, com as mais variadas características, nos últimos dois anos. Um ciclista que recria toda a emoção do Tour sozinho.

5. OS COMENTADORES DA EUROSPORT PORTUGUESA. Há muitos outros bons comentadores nas televisões portuguesas e internacionais, mas o trio Luís Piçarra/Paulo Martins/Olivier Bonamici é o meu favorito. Se acham que acompanhar três horas de ciclismo em terreno plano é uma seca, nunca ouviram estes três a comentar uma etapa. É incrível como eles comentam uma mesma prova ao longo de três semanas e muitas, muitas horas e têm sempre alguma coisa interessante para dizer. Falam da actualidade da modalidade, da história, da estratégia de cada etapa, da forma e das declarações dos corredores, dos bastidores do ciclismo, comentam as perguntas que os espectadores vão fazendo no Twitter, fazem apostas em todas as etapas e no final há um vencedor, riem-se, contam piadas e relatam o que se passa no estúdio, o Paulo Martins manda calinadas ao ritmo de um Jorge Jesus e o Olivier Bonamici fala sobre a comida e as histórias de cada região francesa. Há entre eles uma intimidade e um à-vontade incríveis e que aproximam o espectador dos comentadores. Porque é que em outros comentários a coisa é tão séria, tão rígida e fria? Há mais momentos mortos nos comentários de futebol do que na Volta à França.

Aprendam com eles!

Líderes da classificação da Juventude, Geral, Pontos e Montanha, da esquerda para a direita.

6. Dentro da Volta à França há VÁRIAS COMPETIÇÕES. Como disse, eu sou um adepto da montanha e acabo por ligar mais à classificação "das bolinhas" que às outras (excepto, claro, à classificação geral), que premeia os ciclistas que passam mais vezes as montanhas na frente da etapa. Há ainda a camisola branca (classificação sub-25), verde (pontos que premeiam quem termina as etapas mais vezes na frente), classificação por equipas e a disputa dos contra-relógios.

7. É possível que cada vez mais se substitua o carro ou os transportes públicos pela BICICLETA. Eu fiz isso. Acabo por poupar algum dinheiro e ajuda a manter a forma física. Dizerem que em Lisboa é impossível andar de bicicleta é, em parte, uma grande mentira; eu moro em Campo de Ourique que é bem lá no cimo.