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meu tempo com inutilidades. Ou o que para mim não são inutilidades. É tudo tão relativo.
Quando alguém descobre o meu gosto pela leitura, os não-leitores ou os leitores de praia sacodem o pó dos ombros com a seguinte frase: “não tenho tempo para ler”. Oiço frequentemente como desculpa ou em confronto directo com o meu tempo. Tenho tempo livre em excesso? Não faço mais nada na vida? Passo os meus dias a ler?
É necessário tomar consciência do nosso tempo e rever tudo o que fazemos durante o dia. Na verdade, às vezes, é só preciso paixão. A paixão dita onde gastamos o nosso tempo. Alguém com paixão pelo desporto passará horas no ginásio (e não só). Alguém com paixão pela cozinha terá uma relação intimista com o fogão.
Sou completamente apaixonada pela literatura, pelos livros da minha estante e pelos livros dos outros. Não passo muito tempo na biblioteca, mas passaria em feiras de livros mais do que tenho oportunidade. Gosto de aproveitar o meu dia desta forma. Guardo sempre um momento para a leitura. Antes de dormir ou antes das refeições. Enquanto espero, enquanto os outros assistem a um jogo de futebol ou durante episódios de novelas intermináveis a que não assisto. Se eu fosse visita frequente de transportes públicos, leria muito mais.
Na verdade, pergunto-me como passam os não-leitores as horas mortas. E imagino uma vida um bocadinho mais chata do que a minha. Esperar na sala de um consultório sem um livro deve ser a coisa mais aborrecida de sempre. A pergunta devia ser minha: o que fazes enquanto eu leio?
de e para Bookaholics
Ler em tempos sem tempo
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izem os tempos actuais que o tempo é precioso. Concordo, só gasto o meu tempo com aquilo de que gosto. Na maioria das vezes não desperdiço o