Inominável Nº 0 | Page 34

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Talvez um dia, meu amor

Vulgar será dizer que somos marionetas nas mãos do destino.

Alguns, mais manipulados por esses fios invisíveis, tornam-se joguetes do destino.

Vou contar uma história, tão banal como as suas personagens.

Dois jovens conhecem-se e apaixonam-se. Vivem o fim da adolescência e início da idade adulta em paixão, amando-se como tantos outros o fizeram antes deles. Ela é decidida, firme, e no entanto extremamente suave. Como um anjo, guia a alma perdida do rapaz. Bela como poucas, é bússola, bênção, bálsamo para a angústia sempre presente. Quando lhe falta, o rapaz fica perdido num mundo estranho, que não compreende e se recusa a aceitar. A rapariga arranja emprego numa cidade longínqua, tão, tão, longe, que os jovens amantes só se veem uma ou duas vezes por mês. O rapaz sente-se só, a rapariga desespera e agarra-se à carreira e sustento.

Ora a distância é um dos venenos mais mortíferos para o amor, não porque o mate, mas porque corrói, como um bicho da madeira que faz pequenos buracos no coração, muito devagar, até que esse coração não aguenta mais a solidão e preenche esses pequenos espaços que se transformaram numa enorme cratera. Foi o que aconteceu. Choraram juntos, discutiram, culparam-se das armadilhas que lhes foram postas no caminho. Separaram-se e cada um seguiu com a vida, sem que nunca deixassem de sangrar por aquele amor perdido.

O monstro do destino, manipulador-mor, faz com que se encontrem mais de vinte anos passados. Surpreendentemente, está tudo na mesma. Conversam, e sem nunca o dizerem, percebem que ainda se amam, que se amarão sempre. Duas décadas e centenas de quilómetros não mudaram nada, o que sentem um pelo outro, a intimidade doce, o sorriso cúmplice. A vida encarregou-se de os afastar, e conscientes que o tempo perdido é irrecuperável, voltam às suas vidas, cientes deste fantasma que sempre os perseguiu. Sabem que são um do outro, mesmo não o sendo.

Talvez um dia, meu amor, nos voltemos a encontrar por aí.

Talvez um dia se junte o que o destino teimosamente separou.

O espaço

AZUL

entre as nuvens

Vulgar será dizer que somos marionetas nas mãos do destino.

Alguns, mais manipulados por esses fios invisíveis, tornam-se joguetes do destino.

Vou contar uma história, tão banal como as suas personagens.

Dois jovens conhecem-se e apaixonam-se. Vivem o fim da adolescência e início da idade adulta em paixão, amando-se como tantos outros o fizeram antes deles. Ela é decidida, firme, e no entanto extremamente suave. Como um anjo, guia a alma perdida do rapaz. Bela como poucas, é bússola, bênção, bálsamo para a angústia sempre presente. Quando lhe falta, o rapaz fica perdido num mundo estranho, que não compreende e se recusa a aceitar. A rapariga arranja emprego numa cidade longínqua, tão, tão, longe, que os jovens amantes só se veem uma ou duas vezes por mês. O rapaz sente-se só, a rapariga desespera e agarra-se à carreira e sustento.

Ora a distância é um dos venenos mais mortíferos para o amor, não porque o mate, mas porque corrói, como um bicho da madeira que faz pequenos buracos no coração, muito devagar, até que esse coração não aguenta mais a solidão e preenche esses pequenos espaços que se transformaram numa enorme cratera. Foi o que aconteceu. Choraram juntos, discutiram, culparam-se das armadilhas que lhes foram postas no caminho. Separaram-se e cada um seguiu com a vida, sem que nunca deixassem de sangrar por aquele amor perdido.

O monstro do destino, manipulador-mor, faz com que se encontrem mais de vinte anos passados. Surpreendentemente, está tudo na mesma. Conversam, e sem nunca o dizerem, percebem que ainda se amam, que se amarão sempre. Duas décadas e centenas de quilómetros não mudaram nada, o que sentem um pelo outro, a intimidade doce, o sorriso cúmplice. A vida encarregou-se de os afastar, e conscientes que o tempo perdido é irrecuperável, voltam às suas vidas, cientes deste fantasma que sempre os perseguiu. Sabem que são um do outro, mesmo não o sendo.

Talvez um dia, meu amor, nos voltemos a encontrar por aí.

Talvez um dia se junte o que o destino teimosamente separou.

Jonathan

Jonathan

Talvez um dia, meu amor