Inominável Nº 0 | Page 29

Mas passemos ao que aqui me trouxe…

O cinema teve sempre com a música uma relação muito próxima. Desde os seus primórdios. Ainda no tempo do cinema mudo a música era inserida à posteriori, dando normalmente uma enorme relevância às cenas afincadamente mais dramáticas.

Pessoalmente, sempre gostei desta relação da sétima arte com a música. Se este casamento nunca tivesse sido consumado jamais teríamos ouvido Judy Garland a cantar no Feiticeiro de OZ, “Over the Rainbow”:

nem nunca escutaríamos Grouxo Marx a trautear “Lydia the Tattooed Lady” na belíssima comédia “Os Irmãos Marx no Circo”,

O cinema deu ao mundo inolvidáveis temas musicais quase todos inesquecíveis e marcantes. De tal forma que se tornaram grandes sucessos. Por outro lado, filmes menores atingiram o estrelato e a fama, devido aos seus temas musicais. Os “spaguetti Western” são neste caso exemplos de filmes, na sua maioria, sofríveis todavia apetrechados de boas músicas. Obviamente que há o caso do filme “O Bom, o Mau e o Vilão” (que curiosamente lançou Clint Eastwood) como sendo a excepção que confirma a regra.

Muito cinema valeu-se de grandes compositores e vice-versa. Leonard Bernstein, Andrew Lloyd Webber. Irvin Berlin são apenas alguns dos fabulosos autores musicais norte-americanos que se aproveitaram do cinema para alcançaram sucessos estrondosos.

Filmes como “Serenata À Chuva”, “Música no Coração”, “West Side Story”, “New York, New York”, “Diamonds are Forever” ou “Jesus Christ Superstar”, para falar somente de alguns poucos exemplos, dos muitos que poderia aqui apresentar, tiveram nas suas canções grande parte do sucesso.

Porém estas (quase) estranhas relações entre a sétima arte e o mundo da música foram muitas vezes tumultuosas mas na generalidade terminaram, não em divórcios litigiosos, mas em olímpicos finais felizes… ou quase!

Relembro a este preceito o que fazia Alfred Hitchcock na maioria das suas longas-metragens, onde o excerto a seguir me parece perfeito:

Reconheço que pode parecer um tanto arriscado este meu passo, de tentar juntar duas artes debaixo de um mesmo tecto jornalístico.

Conheço mesmo quem ache horrível a ingerência da música no cinema, já que consideram que este é essencialmente imagem.

Bom… é uma opinião que só tenho que respeitar se bem que não concorde.

Por fim direi que o que aqui irei escrevendo é unicamente a minha modesta opinião. De alguém que já viu muito filme e ouviu alguma música.

Não pretendo outrossim fazer deste espaço uma tábua onde lavro longos textos assentes em verdades insofismáveis. Bem pelo contrário!

Aqui falarei sim, de filmes, actores, cantores, cenas e músicas, todos elas relacionadas, mas perfeitamente ciente de que o que vier a lume é somente uma mera ideia, um sentimento, no limite uma constatação.

Nada mais que isso. Espero que gostem.

A gente lê-se por aí!

A gente lê-se por aí!

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Inominável/Outubro, 2015