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Nº 7 - Abril 2017

Aborto

por Maggie

Nos intervalos sabe-se que qualquer professor de filosofia que se preze tem de sair da escola para fumar umas ervinhas, porque essa é a única maneira de perceber filosofia. No entanto acho que o meu professor já transcendeu as simples ervinhas, e passou a pedir emprestada uma farinha especial. Ervas são para os fracos.

Bom, tudo isto para dizer que o meu professor é contra o aborto. Tal como muitas pessoas, que têm todo o direito à sua opinião errada.

Eu não me importo com as opiniões das pessoas, a sério, desde que sejam baseadas em factos e não noutras opiniões. Se o meu professor me viesse dizer que é contra o aborto, e me apresentasse uma razão válida para isso, tudo bem. Mas quando ele me vem dizer que o aborto é imoral porque (ouçam isto) o monte de células que é abortado pode VIR A SER uma pessoa, isto faz me pensar que eu quero a mesma farinha que ele.

Então professor, está a dizer-me que se acontece sexo oral e a mulher engole o esperma do homem, ela deveria ser presa por canibalismo? Porque os espermatozoides no esperma PODERIAM VIR A SER pessoas? I rest my case.

Há pessoas que acham que abortar devia ser um crime porque é homicídio. Essas pessoas obviamente não têm um mínimo de conhecimento sobre biologia ou sobre as regras para o aborto. Mas como dizia o Manzarra, o tio explica. Escolher abortar só é viável quando aquilo que está dentro do útero da mulher é um monte de células, sem atividade cerebral ou nervos. O monte de células NÃO SENTE o aborto, porque o monte de células NÃO ESTÁ VIVO. Quando nos

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Aulas de filosofia.

A coisa mais odiada pela vasta maioria dos alunos do secundário.

Eu não faço parte dessa maioria. Eu adoooro as minhas aulas, especialmente quando o professor se põe a inventar coisas.