Inominável Ano 2 Inominável Nº8 | Page 48

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Em Idanha-a-Velha o tempo parece imobilizar-se como se estivéssemos numa planície alentejana e não em terras da Beira interior. A pedra é omnipresente: nos edifícios restaurados, nas pontes e monumentos, nas ruínas - em cada canto há vestígios do passado, perpetuados em pedra, lembrando que aqui existiu uma importante cidade romana, mais tarde a visigótica Egitânia, que acabaria por ser tomada e destruída pelos mouros.

As casas em pedra à vista alternam com outras pintadas de branco, convivendo ombro a ombro sem conflitos. As cortinas-mosquiteiras são acinzentadas e não ofendem a vista, e às caixas externas que protegem os contadores da água e da luz foi dado um falso ar ferrugento, para passarem despercebidas. A cor fica por conta das flores, que são sobretudo rosas. Não há fachada de casa que não tenha roseiras a trepar pelas paredes, e vê-se que os poucos habitantes de Idanha-a-Velha têm gosto em alindar a sua aldeia.

Há muito que ver nesta aldeia, perdida no limbo entre um passado florescente e um futuro diáfano, resguardando das vistas de quem passa a riqueza histórica e cultural que abriga no seu interior.

Coordenadas: 39° 59' 49" N 7° 08' 40" O