Inominável Ano 2 Inominável Nº7 | Page 74

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Por momentos, depois do baque surdo de um corpo a cair sobre a neve, tudo parecia ter parado. Sora foi a primeira a dirigir-se para o estranho estendido no chão, prostrado de rosto para baixo. Ajoelhou-se ao seu lado e, cuidadosamente, virou-o.

- Ignis, ajuda-me. – comandou.

Ignis saiu do seu torpor, a tentar entender ainda o que tinha acontecido, e caminhou de encontro à sua guardiã, apanhando o punhal preto e guardando-o no cinto. Ajoelhou-se também ao seu lado, esperando ordens.

- Ele está vivo. – Sora chegara o seu rosto ao do desconhecido; ele estava de tal forma coberto de roupa e panos que se tornara impossível sentir-lhe a pulsação no pescoço e as mãos, por baixo das luvas, estavam também cobertas de ligaduras. Só a máscara grossa que lhe cobria a boca se removia com facilidade.

- O que é que vamos fazer agora? – a voz de Ignis era apenas um sopro.

Sora levantou-se. Puxou da espada e ergueu-a, medindo o estranho deitado de costas, identificando-lhe a localização do coração. Só esperava que a espada fosse capaz de trespassar à primeira investida a camada de roupa que ele trazia.

- Sora, não!

Ignis, cujas pernas lhe pareciam falhar agora que a adrenalina se ia dissolvendo e a realidade da sua situação começava a assentar, impedindo-a de se levantar, empurrou Sora, desequilibrando-a.

Sora olhou-a, surpresa, evitando uma queda à justa, e baixou a espada.

- O que é que estás a fazer?

- Não o podemos matar.

- São as regras.

Segredos