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Querida! Capotei o carro!
Outra vez!
Quando eu era pequenino, na altura em que a Quinta do Bill ainda era uma banda relevante, os videojogos não existiam na abundância exagerada que existem hoje. Fossem bons ou maus, os videojogos a que tínhamos acesso eram basicamente o que nos iria entreter durante umas horas.
Calma, não é de nostalgia que venho falar, apesar de me conseguir imaginar daqui a uns 50 anos gordo e velho sentado numa cadeira de plástico na esplanada do café local a discutir com um colega semi-surdo sobre como os bons velhos tempos é que eram bons, quando tínhamos de carregar em botões de teclados e andar com o rato de um lado para o outro em vez das modernices baseadas em detecção de estímulos de sinapses, como haverá naqueles dias.
É “sinapses” que se lhes chama? Não sei. Estou a imaginar as senhoras directoras da revista a receber emails zangados de neurocirurgiões e tal. Peço desculpa.
Continuando: a falta de videojogos fez com que às vezes me divertisse a experimentar alguns que não eram muito a minha onda, particularmente os de corridas e carros. (Admito, como paupérrimo representante do género masculino, é com pena que digo que há alguns conceitos estereotipicamente machos dos quais não percebo coisa alguma, aos quais chamo os três F’s: Futebol, Fêmeas e Fcarros .)
por Rei Bacalhau