Inominável Ano 2 Inominável Nº5 | Page 27

Eu mantenho-me relativamente informado sobre o mundo dos videojogos, mas não posso partir do princípio que todas as pessoas em todas as faixas etárias o façam também.

Este artigo tem um objectivo (quase) puramente informativo, sendo que eu gostaria de introduzir alguma cultura geral sobre um tema que, se provavelmente não é interessante nem novo para quem não é um leigo, pode ser útil para um progenitor que não compreenda a reacção de desapontamento do seu descendente quando este vê que recebe uma Xbox no Natal em vez de uma Playstation, ou vice-versa.

"Mas não são exactamente a mesma coisa?"

Bom... sim e não. Vou tentar ser o mais lacónico possível, pois este não é um assunto particularmente fácil de explicar. Ou não para mim, pelo menos.

Olhemos para o campo de batalha. No centro dele estão recursos preciosos, chamados "consumidores", que todos os beligerantes, ou fabricantes de consolas, almejam gananciosamente possuir. Cada facção tenta obter o máximo número de consumidores possível, usando todo o tipo de estratagemas para o conseguir. Por exemplo, certas consolas têm videojogos exclusivos que nenhuma outra tem, implicando que se um utilizador quiser jogar esse videojogo específico, terá obrigatoriamente de ter essa consola.

O factor principal de decisão para um consumidor (ou pelo menos o mais discutido) aparenta ser a capacidade de processamento de cada equipamento. Analogamente falando, o quão bom o motor da máquina é. O problema é que o mesmo jogo em consolas diferentes é visualmente muito parecido, com apenas subtis diferenças no desempenho. Para mim, estes factores não seriam suficientemente relevantes para andar a discutir com pessoas anónimas em fóruns.

No entanto...

"Ah, a PlayStation mostra mais 10 píxeis que a Xbox!"

"Ah, a Xbox tem aquele jogo exclusivo!"

"Ah, a Wii U é excelente para putos e tal!"

Essencialmente, as discussões online giram todas à volta de bagatelas deste género. O interessante aqui é que quem está mais activo nestas guerras não são necessariamente os fabricantes, mas sim os próprios consumidores. Estes, assim que são convencidos a comprar uma consola, activam aquele sentimento tão humano de "o meu é melhor que o teu, mesmo que me proves objectivamente o contrário".

(Antes que penseis que estou a falar a sério, faço notar que esta guerra é uma espécie de piada na Internet, como decerto tereis compreendido.)

Nº 5 - Dezembro 2016

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