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Nº 10 - Outubro 2017

Esta impressão de solidez a par de uma certa insubstancialidade mantém-se quando entramos no espaço, e juntam-se numa única sensação: paz. A luz e o som são como que amortecidos pelos volumes da construção, separados por passagens estreitas e quase labirínticas. Ali impera a tranquilidade, e essa sensação amplia-se quando o nosso olhar se espraia sobre o mar imenso, ou quando relaxamos na esplanada.

Agora denominado Mudas. Museu de Arte Contemporânea da Madeira, o edifício foi concebido pelo arquitecto madeirense Paulo David como ampliação da já existente Casa da Cultura da Calheta, e acabou por ser nomeado para a edição de 2005 do prémio europeu de arquitectura contemporânea Mies van der Rohe. Abriga desde Outubro de 2015 a colecção de arte contemporânea que antes era exposta ao público na Fortaleza de São Tiago, no Funchal. Além do museu, abriga espaços complementares à actividade cultural ali desenvolvida, como o centro de documentação, o auditório ou a biblioteca, e ainda uma cafetaria e uma loja.

Sóbria e aprazível, a Casa das Mudas é mais um dos exemplos em que a arquitectura e a paisagem se unem para preservar e valorizar a identidade de um local.