Informativo ABECO Informativo No 13 (set-dez 2018) | Page 31

INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 13 31 apresentada ao longo desse texto seria consideravelmente diferente dessa tendência de formação profissional, inclusive porque é cada vez mais difícil prever como serão as profissões em um futuro próximo. Certamente podemos entender que a formação técnica específica é muito importante, mas como resolver a questão da própria dinâmica das profissões? Entendo que, na nossa sociedade atual, é mais urgente ensinar as pessoas “a pensar” e que, se isso for feito de forma adequada, não haverá muita dificuldade em aprender posteriormente algo técnico que seja necessário. Em síntese, quero crer que uma formação acadêmica ampla e eficiente pode, em médio-longo prazo, ser mais eficiente do que uma formação técnica imediata. O modelo que tem sido adotado ao longo dos últimos anos parece buscar o oposto, ou seja, ampliar a formação específica para preencher lacunas específicas para atuação profissional imediata, focando em aspectos técnicos e deixando de lado os aspectos mais amplos, inclusive questões filosóficas e históricas que tendem a ser consideradas pouco relevantes por serem pouco “aplicadas”. O risco é avançarmos cada vez mais para uma sociedade com uma mentalidade ambígua, no qual a ciência e a tecnologia estão desconectadas da realidade, como já discutido, e no qual as explicações científicas para os fenômenos naturais são substituídas por ideias pseudocientíficas, opiniões e crenças religiosas. Dado que aceitamos que uma formação mais ampla é importante, é preciso ressaltar que não existe uma solução fácil para todas essas questões. É relativamente fácil discutirmos os problemas e desafios, mas é muito mais difícil apresentar soluções efetivas, inclusive por causa da complexidade e alcance desses problemas. Já sabemos, por exemplo, que a solução não passa por abordar as questões técnicas de forma superficial em nome de uma concepção ampla e “holística”, ao mesmo tempo em que sabemos que não é simples (por razões sociológicas e psicológicas) colocar pesquisadores com diferentes formações para discutir e resolver problemas comuns. Existem diversos modelos possíveis, envolvendo mais cursos específicos, atividades extracurriculares ou formas mais modernas de ensino de todos esses aspectos. Essas propostas, além disso, podem envolver diferentes “escalas” dentro da estrutura