Informativo ABECO Informativo No 13 (set-dez 2018) | Page 23

INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 13 23 A Gestão dos Grupos de Pesquisa e de Pessoas Um dos pontos mais complicados para um jovem pesquisador ingressando em uma instituição de ensino superior é ter que lidar com as questões administrativas e de gestão acadêmica. Em geral, nas universidades, especialmente nas públicas, muitos cargos, às vezes específicos, são ocupados por docentes que devem coordenar cursos, dirigir departamentos ou institutos e ocupar outros cargos de gestão. Isso implica em realizar uma série de tarefas para as quais os estudantes de pós-graduação normalmente não foram preparados (e, mais do que isso, algo que consideramos como “de outra área”, que não conhecemos e não queremos, em geral, conhecer...). Não é, portanto, estranho que os jovens docentes evitem ao máximo ocupar esses cargos, que de fato exigem muito tempo e dedicação, drenando muita energia que poderia ser utilizada de forma mais produtiva nas atividades de pesquisa, ou mesmo de ensino. Mas é importante lembrar que, de qualquer modo, essa ação “altruísta” é importante para manter o sistema funcionando. Além disso, essas atividades de gestão são, pelo menos no Brasil, algo com que teremos que lidar de qualquer forma, pois é implícita às nossas atividades de pesquisa. Isso se dá uma vez que, para se estabelecer como pesquisador, é preciso captar e administrar recursos financeiros por meio de projetos a serem apresentados a órgãos governamentais, ONGs ou à iniciativa privada. Especialmente nos dias de hoje, será preciso trabalhar em equipe e formar grupos de pesquisa. Dependendo da linha de pesquisa, isso implica também na montagem e gerenciamento de laboratórios complexos de pesquisa no quais pode circular um volume considerável de recursos financeiros, envolvendo aspectos como controle de estoque de insumos, aquisição e manutenção de equipamentos e organização de viagens para trabalho de campo. Esse grupo ou laboratório pode ser tornar, muito rapidamente, maior do que a maior parte das empresas que temos no Brasil (e certamente pouquíssimos pesquisadores começaram sua carreira pensando em ser “empresários” – mas rapidamente eles percebem que o empreendedorismo, em um sentido amplo, é um ponto chave para o sucesso na carreira). Talvez muito mais importante, liderar esse