Informativo ABECO Informativo No 13 (set-dez 2018) | Page 19
INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 13
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formação de nossos
estudantes de pós-
graduação
“para
a
academia” ou para outros
setores ou atuações
profissionais existentes
no mercado de trabalho
hoje. Apenas para fins de
clareza, vou estruturar a
discussão em torno de
cinco
“componentes”
dessa formação, com
foco na área de
Biodiversidade. A ideia é
imaginar os desafios com
os quais um estudante de
pós-graduação,
ou
alguém já atuando como
pós-doutorando, vai ter
que
lidar
quando,
repentinamente (tendo
muita competência e um
pouco
de
sorte...),
consegue um emprego e
passa a atuar, por
exemplo, como docente
em
uma
boa
Universidade pública.
A Formação Específica
em Biodiversidade e a
questão da Produção
Científica
Inicialmente,
entendo
que a formação específica
na área de Biodiversidade
está
bastante
consolidada no Brasil,
inclusive porque essa é
uma das áreas nas quais o
Brasil possui um maior
destaque, em termos de
inserção internacional. De
modo geral, um bom
estudante
de
pós-
graduação tem um
domínio excepcional da
sua área de pesquisa e
está familiarizado com as
mais
recentes
descobertas científicas.
Mas é importante que os
estudantes
estejam
conscientes de que esse
amadurecimento passou,
inclusive, por uma melhor
compreensão de que é
preciso entender os
avanços
teóricos
e
metodológicos sobre os
padrões e processos que
explicam a origem e a
manutenção
da
biodiversidade,
bem
como as implicações das
ações antrópicas sobre
estes. Por causa da
elevada diversidade nos
trópicos em geral (e no
Brasil em particular), é
possível
dizer
que,
durante muitos anos, as
interações
com
pesquisadores de outros
países
ocorria
pelo
interesse destes no farto
material
biológico
disponível aqui. Muitas
vezes os pesquisadores
brasileiros
eram
relegados a um papel
secundário,
apenas
fornecendo material para
poder colaborar nos
trabalhos de pesquisa (na
realidade, algo não muito
diferente do que ocorre
em diversos setores da
economia
brasileira).
Entretanto,
esse
amadurecimento
vem
criando
uma
maior
autonomia dos nossos
pesquisadores
para
estudar a Biodiversidade
e desenvolver novas
teorias ou aplicar novos
métodos, aumentando
nosso protagonismo e
nível
de
internacionalização
(o
que implica, de saída, que
os estudantes dos PPGs,
cada vez mais, devem
desenvolver
maiores
habilidades
de
comunicação e uma