Informativo ABECO Informativo No 13 (set-dez 2018) | Page 17

INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 13 17 universidades públicas, por pesquisadores que são também docentes, em sua maioria atuando tanto em cursos de graduação quanto de pós-graduação. Em síntese, a pesquisa no Brasil é realizada em grande parte nas Universidades e, dentro destas, é feita de forma bastante associada aos Programas de Pós- Graduação (PPGs). Foto. Valério De Patta Pillar Apesar desse sucesso, estamos em um momento delicado da nossa história e, de diversas formas, percebemos que o sistema de ensino e pesquisa no Brasil encontra-se vulnerável e em uma encruzilhada. Ao mesmo tempo em que o sucesso dos programas de pesquisa e formação no nível de pós- graduação “stricto sensu” é inegável pelos diferentes indicadores de produtividade, o agravamento da crise econômica, aliada a uma séria crise política, tem ameaçado a continuidade desses programas tão bem sucedidos e estabelecidos há muitos anos. Ao mesmo tempo, muitos setores da sociedade, por diversas razões (discutidas a seguir) questionam a importância da ciência e do avanço tecnológico e, de certo modo, amparam decisões políticas que tentam reduzir o financiamento da pesquisa e o apoio ao sistema público de ensino superior. Esses movimentos não conseguem associar a excelência acadêmica alcançada ao longo dos últimos anos e os parâmetros de desenvolvimento científico e tecnológico que, por sua vez, geraram grandes benefícios socioeconômicos para o país. Esse não é um fenômeno apenas brasileiro e, em diferentes magnitudes, parecer ocorrer em diferentes partes do mundo. Entendo que é preciso analisar melhor essa crise e compreender suas origens, nos seus mais diferentes aspectos, a fim de preparar melhor as futuras gerações de pesquisadores para enfrentá-la. Para isso, precisamos repensar nossas estratégias de formação acadêmica da próxima geração de pesquisadores e de professores, especialmente nos PPGs. Diante da crise política e econômica pelo qual o Brasil está passando nos últimos anos, muitos têm questionado a nossa capacidade, enquanto docentes e pesquisadores, de demonstrar de forma clara para a sociedade a importância da nossas