Seus objetivos são a economia, a eficácia e a eficiência (os
três “E”) na prestação e gestão de serviços. Sua preocupação
principal é a produtividade na realização dos serviços e, em
geral, do conjunto da administração. A gestão específica deste
modo de governar é a gestão empresarial dos serviços. Ou seja,
realiza-se a prestação e gestão dos serviços a partir da introdução (ou tentativa desta) do conjunto de técnicas, instrumentos e processos oriundos do mundo empresarial, e os principais profissionais dirigentes da administração são buscados no
mundo empresarial e, mais concretamente, no mundo dos
negócios. Assim, fala-se da terceirização de serviços, gestão da
qualidade orientada ao cliente-usuário, reengenharia de
processos, marketing de serviços etc. Pretende-se orientar a
gestão para os resultados econômicos e de produtividade.
Acredita-se que a produtividade e os três “E”, antes mencionados, devam ser os valores dominantes não apenas em
função dos serviços públicos, mas também do conjunto da
administração; e não poucas vezes se quis aplicar a reengenharia de processos, própria da gestão de serviços, às funções
governamentais destinadas a assegurar os direitos da cidadania e às funções relacionais, gerando não só colapsos de
governabilidade, mas também importantes colapsos no funcionamento da democracia.
Entre os profissionais do governo há uma demanda de
formação em Economia, mas é dada prioridade, em especial, à
formação nas escolas empresariais e de administração.
Dada a importância da gestão empresarial dos serviços,
neste modo de governar, o papel do político eleito fica desfocado e se confunde com o de gerente. Desponta e valoriza-se,
esp ecialmente, o papel dos administradores ou gerentes, que
assumem papéis de maior relevância à custa dos políticos
eleitos, saídos das fileiras dos partidos políticos – ou acabam
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades