Governança Democrática - 3ª Edição | Page 84

Seus objetivos são a economia, a eficácia e a eficiência (os três “E”) na prestação e gestão de serviços. Sua preocupação principal é a produtividade na realização dos serviços e, em geral, do conjunto da administração. A gestão específica deste modo de governar é a gestão empresarial dos serviços. Ou seja, realiza-se a prestação e gestão dos serviços a partir da introdução (ou tentativa desta) do conjunto de técnicas, instrumentos e processos oriundos do mundo empresarial, e os principais profissionais dirigentes da administração são buscados no mundo empresarial e, mais concretamente, no mundo dos negócios. Assim, fala-se da terceirização de serviços, gestão da qualidade orientada ao cliente-usuário, reengenharia de processos, marketing de serviços etc. Pretende-se orientar a gestão para os resultados econômicos e de produtividade. Acredita-se que a produtividade e os três “E”, antes mencionados, devam ser os valores dominantes não apenas em função dos serviços públicos, mas também do conjunto da administração; e não poucas vezes se quis aplicar a reengenharia de processos, própria da gestão de serviços, às funções governamentais destinadas a assegurar os direitos da cidadania e às funções relacionais, gerando não só colapsos de governabilidade, mas também importantes colapsos no funcionamento da democracia. Entre os profissionais do governo há uma demanda de formação em Economia, mas é dada prioridade, em especial, à formação nas escolas empresariais e de administração. Dada a importância da gestão empresarial dos serviços, neste modo de governar, o papel do político eleito fica desfocado e se confunde com o de gerente. Desponta e valoriza-se, esp ecialmente, o papel dos administradores ou gerentes, que assumem papéis de maior relevância à custa dos políticos eleitos, saídos das fileiras dos partidos políticos – ou acabam 82 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades