a formação das redes, que podem ser ineficientes se os resultados da sua atuação forem limitados. Há também o risco de
que atores importantes não façam parte da rede, tanto atores
com competências e recursos importantes para o desenvolvimento de projetos e políticas, como também a ausência de
representantes de atores menores, ou mesmo de atores vulneráveis na topologia da rede, o que comportaria, em ambos os
casos, um déficit democrático. Outro problema é o eventual
surgimento de conflitos importantes entre atores, cujo encaminhamento resulte em uma atuação pouco eficiente. Ou
ainda, no mesmo sentido, o risco que se produza um desequilíbrio no trabalho da rede entre os atores que dedicam muitos
esforços e os que realizam pouco, beneficiando-se igualmente
dos resultados da ação coletiva.
Um inconveniente apontado na gestão de redes em relação
à administração direta é a complexidade dos processos de transição e, portanto, maior demora e menor eficiência resultante
do processo. Entretanto, este é um argumento equivocado,
uma vez que a eficiência é o cumprimento de objetivos dividido
pelos custos ou tempo necessário para realizá-los. E os objetivos
das redes não podem ser postos no contexto de uma gestão
direta ou indireta de serviços. Na gestão de redes, cada entidade ou empresa conduz seus projetos com os recursos que
dispõe; o que muda, fundamentalmente, é que cooperam entre
elas, articulando os projetos de maneira complementar e sinérgica, ou realizam projetos que não podem desenvolver individualmente. Nunca os projetos gerenciados por redes podem ser
assumidos pela administração direta. A gestão de redes não
complica o que é fácil, mas, sim, assume a gestão da complexidade e multiplica a ação dos recursos utilizados por empresas e
organizações sem fins lucrativos.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
63