É característica da nova governança que a prefeitura
promova a criação de clusters econômicos e redes de cooperação social. Além disso, as redes de cooperação são promovidas por meio de entidades sem fins lucrativos, promoção de
voluntariados, ajuda mútua e compromisso ativo da cidadania
em geral.
Fortalecer a ação da cidade e na adversidade significa, de
maneira especial, dotá-la de um projeto de futuro plausível,
com base no qual seja possível orientar a aplicação dos
recursos públicos e privados, assim como direcionar os compromissos da cidadania.
Ainda que apresentado em último lugar, pela ordem de explicação, é necessário dizer que as prefeituras, desde o primeiro
momento em que adotaram o novo modelo de gestão, têm
promovido estratégias compartilhadas e deixado de considerar
as políticas públicas como algo que afeta somente suas competências e recursos próprios, entendendo que as políticas públicas
se converteram em políticas da pólis, ou seja, em verdadeiras
políticas da cidade, que articulam por meio de objetivos comuns
os recursos tanto da prefeitura e de outras administrações, como
das entidades privadas e iniciativas comunitárias. Em outras palavras, as políticas públicas devem ser convertidas em políticas da
cidade. A prioridade não está apenas na identificação de critérios
de atuação e projetos estruturantes, mas sobretudo em que o
processo de identificação dos mesmos seja entendido como um
processo social de fortalecimento da capacidade de organização
e ação. Elaborar uma estratégia compartilhada é um bom começo
para desenvolver os novos espaços de compromisso cidadão,
deslanchar uma nova cultura cidadã em relação à cidade e identificar os principais projetos a serem desenvolvidos em clusters ou
redes de cooperação.
A síntese da abordagem da nova governança local pode ser
apresentada no seguinte esquema:
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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