eleitas e servem para converter os espaços de participação em
uma espécie de plenária dos não eleitos com o objetivo de
influenciar a ação do governo ou, também, dispor de plataforma de difusão de mensagens para a comunidade. Sem contar
que o voto em um espaço participativo nunca é universal, nem
tampouco consegue ponderar corretamente, por si mesmo, o
peso social dos distintos posicionamentos.
Por outro lado, é imprescindível dispor de amplos e bem
organizados âmbitos de participação, já que se trata, nada mais,
nada menos, de construir o interesse geral em cada programa
ou projeto a partir das distintas necessidades e posicionamentos
legítimos de todos os setores da cidadania, para lograr a colaboração e o compromisso da maioria social. Porém, isso obriga
a que sejam reformulados e reestruturados, com amplo apoio
social, tanto os discursos como as dinâmicas e metodologias dos
espaços de participação, a fim de que se possa transitar de um
esquema de governo provedor para a nova governança ou
governo relacional sem passar pelo trauma do governo ausente,
hoje existente na grande maioria das cidades e prefeituras.4
4 PASCUAL ESTEVE, J.M. El papel de la ciudadanía en el auge y la decadencia de las
ciudades. Valencia: Tirant lo Blanc, 2011.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades