que significou desvalorizar os recursos próprios da cidade e
enfraquecer a capacidade de organização e ação da mesma,
implicando na decadência da cidade e no desprestígio da prefeitura e da política democrática local. A crise na cidade tem significado uma crise da cidade ou, o que dá no mesmo, da sua
capacidade de reagir.
2. A nova governança pública
Existem prefeituras3 que, como mencionado, estão mudando
seu modo de governar a cidade, o que implica em considerá-las
como uma construção compartilhada, assentada nas relações
de interdependência entre os distintos atores e setores da cidadania e, de maneira especial, pela ação da cidadania em seu
conjunto. Estas prefeituras inovadoras veem sua relação com a
cidadania não tanto como provedoras e gestoras de recursos,
mas, fundamentalmente, como representantes democráticos da
cidadania e da cidade. Elas se convertem em promotores e organizadores de estratégias e projetos compartilhados para que a
cidade possa enfrentar coletivamente os seus desafios e realizar
os objetivos que foram conjuntamente identificados pela prefeitura e as organizações mais represent ativas da sociedade civil,
mediante consulta à cidadania.
Neste sentido, a tarefa da prefeitura é fortalecer a capacidade organizativa e de ação do conjunto da cidade em situação
de crise para poder responder tanto ao incremento e maior
complexidade dos desafios sociais e econômicos como para
conduzi-la, diante das mudanças estruturais que a crise societária comporta, na direção dos objetivos de progresso, coesão
social e competitividade.
3 Exemplos destas prefeituras na Província de Barcelona são áreas da prefeitura
de Barcelona, em especial no tocante à qualidade de vida, e as de Granollers,
Montmeló, Santa Coloma de Gramenet, San Cugat del Vallés, entre outras.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades