cional, as sedes de empresas ou instituições, ou determinados
fluxos de mercadoria ou turismo para a cidade ou para a sua
esfera de influência territorial.
No entanto, as cidades não só competem, mas principalmente cooperam para posicionar em conjunto um território
ou produtos comuns, formando redes ou clusters, e, neste
caso, a análise Dafo não é muito esclarecedora. Na análise
orientada ao desenvolvimento endógeno, ou seja, voltada
para valorizar os recursos econômicos ou sociais internos de
um território, torna-se confusa e inadequada. Mas, principalmente, há uma série de questões que devem ser abordadas na
estratégia da cidade, que são fundamentais para a qualidade
de vida, bem-estar social e modernização da produção, que
não faz sentido examiná-las em termos competitivos: a mobilidade sustentável, a inclusão social, a educação, a cultura criativa etc., e que a análise, em termos de ameaças e fraquezas
ou de pontos fortes e oportunidades, fica forçada e fora de
lugar por sua inadequação. Em troca, nenhum fenômeno
urbano configura-se como inadequado para a análise em
termos de fatos determinantes e desafios econômicos, sociais,
territoriais e culturais associados.
A análise FDP permite compreender melhor os complexos
processos urbanos ante à fragmentação da análise Dafo
Nem sempre a identificação dos pontos fortes, pontos
fracos, oportunidades e ameaças apresenta-se clara. Por
exemplo, o desenvolvimento econômico e o emprego em
Bogotá traziam com eles a atração de um grande contingente
de pessoas deslocadas pela guerra e sem trabalho que ocasionavam problemas de ordenamento do território, habitações
precárias, sustentabilidade etc. os quais a cidade não podia
enfrentar eficazmente. Outro exemplo: o Porto de Algeciras é a
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades