Governança Democrática - 3ª Edição | Page 260

cional, as sedes de empresas ou instituições, ou determinados fluxos de mercadoria ou turismo para a cidade ou para a sua esfera de influência territorial. No entanto, as cidades não só competem, mas principalmente cooperam para posicionar em conjunto um território ou produtos comuns, formando redes ou clusters, e, neste caso, a análise Dafo não é muito esclarecedora. Na análise orientada ao desenvolvimento endógeno, ou seja, voltada para valorizar os recursos econômicos ou sociais internos de um território, torna-se confusa e inadequada. Mas, principalmente, há uma série de questões que devem ser abordadas na estratégia da cidade, que são fundamentais para a qualidade de vida, bem-estar social e modernização da produção, que não faz sentido examiná-las em termos competitivos: a mobilidade sustentável, a inclusão social, a educação, a cultura criativa etc., e que a análise, em termos de ameaças e fraquezas ou de pontos fortes e oportunidades, fica forçada e fora de lugar por sua inadequação. Em troca, nenhum fenômeno urbano configura-se como inadequado para a análise em termos de fatos determinantes e desafios econômicos, sociais, territoriais e culturais associados. A análise FDP permite compreender melhor os complexos processos urbanos ante à fragmentação da análise Dafo Nem sempre a identificação dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças apresenta-se clara. Por exemplo, o desenvolvimento econômico e o emprego em Bogotá traziam com eles a atração de um grande contingente de pessoas deslocadas pela guerra e sem trabalho que ocasionavam problemas de ordenamento do território, habitações precárias, sustentabilidade etc. os quais a cidade não podia enfrentar eficazmente. Outro exemplo: o Porto de Algeciras é a 258 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades