1. Ao final da etapa de elaboração do II Plano Estratégico de
Málaga, em que deveriam ser selecionados os projetos estruturantes da transformação urbana da cidade, foi levantada
uma dúvida séria no sentido de que a seleção havia sido
muito restritiva e dava demasiada prioridade aos aspectos de
grandes infraestruturas e equipamentos. Era preciso assegurar que os projetos estruturantes fossem realmente motores
para o desenvolvimento do conjunto da visão de futuro da
cidade, e não apenas de partes dela. Para isso, recorreu-se a
um novo diagnóstico da cidade e se identificou os fatos mais
relevantes que impactavam a economia, a sociedade, o território e a administração da cidade e, em especial, aqueles que
mais podiam influenciar a sua evolução futura. A partir desses
fatos foram relacionados os desafios que os mesmos suscitavam para o bem-estar da população, da sustentabilidade e
do desenvolvimento econômico e tecnológico da cidade.
Uma vez identificados os desafios principais, foi avaliado se os
mesmos eram efetivamente abordados pelos projetos estruturantes, resultando na formulação de mais quatro novos
projetos. A metodologia foi rapidamente compreendida e
aceita no processo de participação posterior e na assembleia
geral que aprovou o plano.
2. Foi na cidade de Barcelona, e no âmbito da elaboração do
Marco Estratégico do Acordo Cid adão para uma Barcelona
Inclusiva que, pela primeira vez, se utilizou a análise FDP da
maneira como normalmente se utiliza no planejamento
estratégico: como síntese dos trabalhos de análise ou diagnóstico da cidade. Barcelona dispunha de um amplo diagnóstico evolutivo e comparativo com outras cidades sobre a
inclusão social na cidade. A sistematização do mesmo, em
termos de debilidades, ameaças, forças e oportunidades,
isto é, com base na análise Dafo (SWOT), não apenas resultava confusa mas também contraproducente para alcançar
um amplo acordo estratégico entre os atores sociais que
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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