comuns. São redes de compromisso cívico como entidades
esportivas, associações de moradores, grupos culturais etc.
Quanto mais densas são estas redes, maiores as possibilidades
de que os cidadãos cooperem para gerar oportunidades comuns
de bem-estar.5 Construir capital social requer conhecimento do
“outro”, a geração e preservação da confiança e compromisso
de atuar conjunta e coordenadamente.
A participação cidadã é entendida como um conjunto de
processos que têm por finalidade o envolvimento da cidadania
no desenvolvimento da cidade, isto é, que cidadãos se sintam
parte da cidade. Participação não é, na governança, um simples
processo para canalizar demandas, sugestões ou recomendações à administração municipal. Trata-se de que as pessoas
reconheçam sua importância no passado, presente e futuro da
cidade e se responsabilizem pelo andamento da mesma. Participação é compromisso e colaboração cidadãs.
No modo gerencial de governar, também encontramos
processos de participação, mas neste caso se dirigem à administração como clientes e usuários, para que esta melhore a
prestação e gestão de recursos e serviços. Assim, encontramos
processos participativos para fazer recomendações e
sugestões em:
• Análise das situações sociais.
• Programas para a gestão pública.
• Serviços que se adaptem às necessidades dos usuários.
• Realização de serviços públicos.
• Avaliação de resultados.
Na governança, estes processos são uma dimensão subordinada. O importante é criar espaços, como fizeram muitos planos
estratégicos, em que o cidadão descortina o conjunto do terri5 Ver PUTNAM, D. Making democracy work: civic traditions in modern Italy. Princeton:
Princeton University Press, 1993. p. 125.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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