da rede.4 Em nosso caso, em uma rede de atores, a liderança
política é alcançada pela capacidade de representação dos
distintos interesses e pelo desenvolvimento das habilidades
para realizá-los por meio de políticas e projetos.
Na perspectiva da governança, enfrentar um desafio ou um
projeto significa a necessidade de convocar todos os atores, mas
não todos os setores ou organizações que têm a ver, quer dizer,
que serão direta ou indiretamente beneficiados ou prejudicados
pelo mencionado desafio ou projeto. As redes, como observado, agrupam atores interdependentes – organizações e
pessoas que têm tanto a capacidade para desenvolver o projeto
como para impedir que este atinja seu objetivo. Falamos de
interdependências de rede ou, inclusive, de cooperação público
-privada e institucional só nestes casos.
A colaboração que, a partir do governo local, deve ser estabelecida considera, no mínimo, os seguintes âmbitos:
• As relações intergovernamentais: tanto com governos de
distintos níveis territoriais como multilaterais com governos
do mesmo nível, sejam intermunicipais ou inter-regionais.
• As relações com grandes instituições: universidades, centros
de pesquisa e desenvolvimento, câmaras de comércio,
fundações culturais e educativas de prestígio, igrejas etc.
• As relações com o setor econômico privado: setores econômicos produtivos e financeiros, empresas de capital de risco,
confederações e associações empresariais etc.
• As relações com agentes sociais e profissionais: sindicatos,
associações profissionais, associações de moradores, movimentos sociais importantes etc.
A gestão relacional não é apenas gestão de redes, pois incorpora também a dimensão participativa. Do contrário, ela seria
uma gestão excludente, uma vez que as organizações ou setores
4 CASTELLS, M. La sociedad red: una visión global. Madrid: Alianza, 2006, p. 27.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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