Governança Democrática - 3ª Edição | Page 235

da rede.4 Em nosso caso, em uma rede de atores, a liderança política é alcançada pela capacidade de representação dos distintos interesses e pelo desenvolvimento das habilidades para realizá-los por meio de políticas e projetos. Na perspectiva da governança, enfrentar um desafio ou um projeto significa a necessidade de convocar todos os atores, mas não todos os setores ou organizações que têm a ver, quer dizer, que serão direta ou indiretamente beneficiados ou prejudicados pelo mencionado desafio ou projeto. As redes, como observado, agrupam atores interdependentes – organizações e pessoas que têm tanto a capacidade para desenvolver o projeto como para impedir que este atinja seu objetivo. Falamos de interdependências de rede ou, inclusive, de cooperação público -privada e institucional só nestes casos. A colaboração que, a partir do governo local, deve ser estabelecida considera, no mínimo, os seguintes âmbitos: • As relações intergovernamentais: tanto com governos de distintos níveis territoriais como multilaterais com governos do mesmo nível, sejam intermunicipais ou inter-regionais. • As relações com grandes instituições: universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, câmaras de comércio, fundações culturais e educativas de prestígio, igrejas etc. • As relações com o setor econômico privado: setores econômicos produtivos e financeiros, empresas de capital de risco, confederações e associações empresariais etc. • As relações com agentes sociais e profissionais: sindicatos, associações profissionais, associações de moradores, movimentos sociais importantes etc. A gestão relacional não é apenas gestão de redes, pois incorpora também a dimensão participativa. Do contrário, ela seria uma gestão excludente, uma vez que as organizações ou setores 4 CASTELLS, M. La sociedad red: una visión global. Madrid: Alianza, 2006, p. 27. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 233