se canaliza a participação de pessoas usuárias e familiares
para as tarefas de voluntariado para a prevenção de riscos e
à ajuda mútua.
• A contribuição ao desenvolvimento da cultura cívica no
território e, deste modo, contribuir para a geração de
capital social.
Dado que “o hábito não faz o monge”, não se pode concluir
que as entidades sem fins lucrativos sejam as depositárias da
contratação externa dos serviços em um governo relacional.
Porém, parece razoável que não sejam empresas ou entidades
sem finalidades nem práticas sociais, muito menos as que
procedem de setores como construção civil, construção de
estradas, canais e portos ou com especialidade na coleta e tratamento de resíduos sólidos, para citar alguns exemplos reais, as
que consigam maior pontuação nos processos licitatórios de
serviços sociais públicos.
Esta é, no mínimo, uma prova da confusão de critérios a que
se pode chegar na gestão pública. E, sem dúvida, constitui uma
prova da permanência do modo gerencial baseado na denominada escola da Nova Gestão Pública, que optou pela imitação
das empresas privadas, em vez de inovar na gestão pública, que
é do que realmente se trata.
A gestão de redes e a participação cidadã
A gestão relacional – ou seja, das relações sociais que constroem a sociedade propriamente dita, já que esta é uma configuração espaço-temporal de relações sociais que se localizam
em um território – é o instrumento fundamental da governança
democrática, como observamos anteriormente. A gestão relacional tem duas dimensões fundamentais: a gestão de redes ou
das interdependências3 propriamente ditas e a participação
3 Ver CASTELLS, M. La galaxia internet. Barcelona: Plaza y Janes, 2001, p.15 a 29.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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