Governança Democrática - 3ª Edição | Page 233

se canaliza a participação de pessoas usuárias e familiares para as tarefas de voluntariado para a prevenção de riscos e à ajuda mútua. • A contribuição ao desenvolvimento da cultura cívica no território e, deste modo, contribuir para a geração de capital social. Dado que “o hábito não faz o monge”, não se pode concluir que as entidades sem fins lucrativos sejam as depositárias da contratação externa dos serviços em um governo relacional. Porém, parece razoável que não sejam empresas ou entidades sem finalidades nem práticas sociais, muito menos as que procedem de setores como construção civil, construção de estradas, canais e portos ou com especialidade na coleta e tratamento de resíduos sólidos, para citar alguns exemplos reais, as que consigam maior pontuação nos processos licitatórios de serviços sociais públicos. Esta é, no mínimo, uma prova da confusão de critérios a que se pode chegar na gestão pública. E, sem dúvida, constitui uma prova da permanência do modo gerencial baseado na denominada escola da Nova Gestão Pública, que optou pela imitação das empresas privadas, em vez de inovar na gestão pública, que é do que realmente se trata. A gestão de redes e a participação cidadã A gestão relacional – ou seja, das relações sociais que constroem a sociedade propriamente dita, já que esta é uma configuração espaço-temporal de relações sociais que se localizam em um território – é o instrumento fundamental da governança democrática, como observamos anteriormente. A gestão relacional tem duas dimensões fundamentais: a gestão de redes ou das interdependências3 propriamente ditas e a participação 3 Ver CASTELLS, M. La galaxia internet. Barcelona: Plaza y Janes, 2001, p.15 a 29. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 231