c) A cidade é encontro de culturas: O fundamental é o fato de
que nas cidades se produz o processo intercultural e intercivilizatório que caracterizamos. É na cidade, em suas áreas
centrais, nos bairros, nos centros de trabalho, nos mercados
e espetáculos esportivos onde se encontram os cidadãos de
procedências cultural e social distintas. O desenvolvimento
de valores, o conflito ou convivência entre valores e
culturas se produz nas cidades e depende das características da sua estrutura social e do ordenamento do seu
espaço urbano.
d) A economia do conhecimento requer um entorno urbano. As
cidades e as áreas metropolitanas proporcionam o entorno
empresarial e de serviços avançados para que as empresas
da nova economia em rede possam funcionar. Por outro
lado, a inovação produtiva e a difusão tecnológica requerem
uma ampla e intensa relação entre os atores – universidades,
centros de pesquisa, empresas, redes cidadãs – que somente
o âmbito urbano pode proporcionar. Os clusters econômicos
e tecnológicos em que se organiza a economia-rede se configuram espacialmente no âmbito urbano metropolitano.
e) A sociedade do conhecimento se estrutura em cidades culturais
e educadoras. A educação e a geração de cultura surgem da
densidade e da qualidade de relações interindividuais dos
processos de socialização secundária dos indivíduos.
As mudanças nos sistemas organizacionais estão cada vez
mais embasadas nas relações pessoais ou, melhor dito, em
criar o entorno adequado para o bom funcionamento das
redes de relações entre as pessoas. Cidade educadora e
cultural é a que produz o entorno urbano capaz de gerar
autonomia, encontro, convivência, colaboração e solidariedade entre a cidadania e proporciona a esse entorno os
elementos – culturais e formativos – e as atitudes para possibilitar o desenvolvimento do talento, a criatividade, em
resumo, o conhecimento e a inovação.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades