Governança Democrática - 3ª Edição | Page 215

vida da população de um município também é a gestão das relações externas intermunicipais. A crescente importância dos governos intermunicipais Neste contexto das redes municipais, adquirem grande importância os níveis de administração que têm a responsabilidade pela promoção e suporte à intermunicipalidade. No conjunto do Estado espanhol, existe uma grande fragmentação municipal e um importante “minifundismo” municipal. Os Conselhos Provinciais (Diputación), na qualidade de administrações locais, têm desempenhado historicamente o papel de governo supramunicipal. Os municípios pequenos delegaram aos Conselhos competências, provisão e gestão de recursos que, pelo seu tamanho, não poderiam assumir. Desse modo, os Conselhos assumiram competências e serviços que gerenciam para âmbitos superiores a cada município, atuando como governos supramunicipais. Os Conselhos Provinciais assumiram ao longo da sua história o financiamento e a gestão de serviços e equipamentos que na atualidade, na Espanha, são competência dos Estados (Comunidades Autónomas ou Departamentos). Este fato, juntamente com as políticas de investimento e subvenções dos Conselhos aos municípios, fez com que muitos estados queiram acabar com os Conselhos por considerá-los concorrentes. A este motivo se soma ainda o fato de que o território provincial representa uma divisão territorial adotada pelo Estado nacional, e não corresponde à divisão que alguns estados lhes consideram adequadas. Não é finalidade deste trabalho entrar neste debate, afirmar a necessidade de um governo supramunicipal, seja lá que nome tenha. Porém, o que uma sociedade em rede precisa e, em particular, a governança territorial também, é sobretudo de um governo intermunicipal. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 213