Governança Democrática - 3ª Edição | Page 213

O Poder Local: riqueza dos países e regiões Hoje, depois dos estudos de Jacobs, Sassen, Castells e de tantos outros, inclusive dos informes do Banco Mundial, parece já estar estabelecido que as cidades são a riqueza das nações e que a era infoglobal se assenta em um sistema mundial de cidades. Os fluxos de informação, bens e pessoas que se tornaram mais interdependentes são produzidos, organizados e distribuídos nas cidades e regiões metropolitanas. O que hoje deve ser fixado é que o desenvolvimento dos territórios depende fundamentalmente dos governos locais – municipais e intermunicipais. Seu papel de organizador coletivo das redes e interações sociais no território é, como já observado, sua dimensão mais singular e influente no desenvolvimento econômico, social e humano. A modernização da Espanha é, sem dúvida, a modernização das suas cidades, e o mesmo poderíamos dizer da modernização da Catalunha.1 Os governos locais na Espanha são os principais responsáveis pela inovação urbana. É certo que a porcentagem dos recursos públicos nas mãos das prefeituras não chega a 13% do gasto público total, e é o mesmo desde o início da democracia, após o fim do franquismo. O desempenho das prefeituras na Espanha na transformação das cidades foi dado pelo seu papel relacional. De fato, os cidadãos foram aos governos locais com suas reivindicações e demandas, estes, ao não disporem das competências e recursos, não puderam responder diretamente às mesmas. A falta de resposta poderia ter levado à sua deslegitimação, porém boa parte deles respondeu pondo em marcha o planejamento estratégico da cidade em conjunto com os principais atores econômicos, sociais e institucionais. Também foram feitos planos seto1 CLARK, G. in : La gobernanza territorial: un nuevo arte de gobernar. Sevilla: Junta de Andalucía, 2007. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 211