O Poder Local: riqueza dos países e regiões
Hoje, depois dos estudos de Jacobs, Sassen, Castells e de
tantos outros, inclusive dos informes do Banco Mundial, parece
já estar estabelecido que as cidades são a riqueza das nações e
que a era infoglobal se assenta em um sistema mundial de
cidades. Os fluxos de informação, bens e pessoas que se
tornaram mais interdependentes são produzidos, organizados e
distribuídos nas cidades e regiões metropolitanas.
O que hoje deve ser fixado é que o desenvolvimento dos
territórios depende fundamentalmente dos governos locais –
municipais e intermunicipais. Seu papel de organizador coletivo
das redes e interações sociais no território é, como já observado, sua dimensão mais singular e influente no desenvolvimento econômico, social e humano.
A modernização da Espanha é, sem dúvida, a modernização
das suas cidades, e o mesmo poderíamos dizer da modernização da Catalunha.1 Os governos locais na Espanha são os principais responsáveis pela inovação urbana. É certo que a porcentagem dos recursos públicos nas mãos das prefeituras não chega
a 13% do gasto público total, e é o mesmo desde o início da
democracia, após o fim do franquismo.
O desempenho das prefeituras na Espanha na transformação
das cidades foi dado pelo seu papel relacional. De fato, os cidadãos foram aos governos locais com suas reivindicações e
demandas, estes, ao não disporem das competências e recursos,
não puderam responder diretamente às mesmas. A falta de
resposta poderia ter levado à sua deslegitimação, porém boa
parte deles respondeu pondo em marcha o planejamento estratégico da cidade em conjunto com os principais atores econômicos, sociais e institucionais. Também foram feitos planos seto1 CLARK, G. in : La gobernanza territorial: un nuevo arte de gobernar. Sevilla: Junta de
Andalucía, 2007.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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