as demais desigualdades sociais iniciais, a desconfiança nas instituições e na política, e gerou a cultura da decepção, medo8 ou
indignação que reproduzem de maneira ampliada a ruptura
social, moral e institucional que deu origem à crise financeira.9
A crise social requer soluções urbanas
As cidades foram sempre meio de inovação e berço das
novas eras econômicas e sociais. Como consequência da densidade das relações humanas, seu papel é ainda mais evidente na
denominada era infoglobal, isto é, dos processos de interdependência dos fluxos entre territórios cuja infraestrutura se baseia
nas tecnologias da informação e da comunicação e são, por isso,
o lugar essencial para transformar e confrontar a ruptura social,
institucional, moral e do modo de governar que caracteriza a
crise social atual. Pelas seguintes razões:
a) A Terra, um planeta das cidades: A população europeia já se
concentra em mais de 75% nas cidades. Em 2025, o percentual da população urbana chegará até 85% na América
Latina, 55% na Ásia e 54% no continente africano.
b) A interdependência territorial é produzida nas cidades: A sociedade mundial, e muito especialmente a europeia, é um
sistema de cidades. Estas não só produzem os fluxos que
cruzam o mundo, mas também são elas que se constituem
em nós de infraestrutura pelos quais passam esses fluxos.
As cidades são os nós da rede de interdependências econômicas, sociais e culturais que constituem a globalização.
por isto que as boas práticas de inovação urbana são suscetíveis de globalizar-se rapidamente entre as cidades.
8 Ver ESTEFANÍA, J. La economía del miedo. Barcelona: Galaxia Gutenberg, 2011. p.
9 a 25.
9 Ver KRUGMAN, P. ¡Acabad ya con esta crisis! Madrid: Critica, 2012. p. 121 a 163.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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