medo do diferente,5 cultura não pluralista6 etc. Em geral, a
reação social excludente é antecedida pela sistematização de
preconceitos sociais ou etiquetas que um grupo social elabora
em relação aos “outros”.
Uma ou um político que lidere processos de coesão ou
inclusão social deverá atuar, com apoio do governo municipal,
de modo a antecipar situações para reduzir as desigualdades
sociais e os desequilíbrios territoriais entre os bairros, mas
também, e sobretudo, na prevenção e redução dos obstáculos
intangíveis à coesão social e dos mecanismos que geram a
exclusão social.
Pela importância deste segundo aspecto, assim como pela
sua novidade e por esta tarefa inscrever-se plenamente na
gestão relacional, são identificadas, a seguir, as tarefas a serem
empreendidas pelo político com responsabilidades de governo
para prevenir e canalizar os conflitos enfrentados por grupos e
setores do município.
• Uma das principais tarefas é, sem dúvida, facilitar a informação clara, documentada e confiável sobre os diferentes
grupos sociais que, por procedência geográfica e cultural, se
localizam no território. Em especial, proporcionar informação sobre as principais contribuições positivas que o
grupo em questão (e em perigo de sofrer reação excludente)
faz à sociedade e ao município em particular, e difundi-las
de maneira massiva e permanente.
• Dispor de espaços de encontro entre os principais agentes
responsáveis por processos de socialização: igrejas, universi5 Neste sentido, recomenda-se o livro de BAUGMAN, Z. Confianza y temor en la
ciudad. Barcelona: Arcadia, 2006.
6 É comum os meios de comunicação difundirem a opinião de políticos e
profissionais europeus demandando que os imigrantes de terceiros países
aceitem os valores e atitudes das sociedades receptoras, do mesmo modo que
os europeus deveriam assumi-las no caso de emigrarem para seus países de
origem, esquecendo que as sociedades europeias se definem como pluralistas.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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