Antecipar-se e canalizar situações de conflito
Foi dito antes que, para liderar a coesão social, era preciso
realizar um trabalho em duas dimensões. Uma, desenvolver os
pilares sobre os quais repousa a coesão; e outra, prevenir e
canalizar as situações conflituosas entre diferentes grupos sociais
ou setores da cidadania.
Os processos de coesão social podem ser obstaculizados ao
aparecerem conflitos que, se forem indevidamente canalizados,
levem à segregação mútua entre setores comunitários.
A exclusão social é definida por dois componentes: uma situação social diferenciada em decorrência de uma ou mais variáveis
(procedência geográfica, cultural ou social, valores e crenças,
opções e atitudes sexuais, gênero, nível de renda etc.) em
relação ao grupo social mais amplo (definido em função das
variáveis sociais consideradas), e uma atitude de rejeição ou segregação do grupo social mais amplo com respeito ao minoritário
em todos ou em alguns dos níveis ou âmbitos de uma sociedade
(econômicos, sociais, territoriais ou políticos).
A diferença social, a desigualdade ou mesmo o desvio em
relação a atitudes e condutas predominantes e suportadas pelos
costumes ou normas geram exclusão social, se não for criada
uma reação social segregacionista ou excludente. Determinadas
situações sociais condicionam, sem dúvida, o aparecimento da
reação de exclusão: elevados níveis de desemprego, a insegurança cidadã, situações de miséria econômica e de habitação, a
ocupação exclusivista do espaço público etc. Porém, a reação
excludente tem seus mecanismos próprios de geração: desconhecimento do outro, incompreensão de atitudes e reações,
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades