Governança Democrática - 3ª Edição | Page 194

Antecipar-se e canalizar situações de conflito Foi dito antes que, para liderar a coesão social, era preciso realizar um trabalho em duas dimensões. Uma, desenvolver os pilares sobre os quais repousa a coesão; e outra, prevenir e canalizar as situações conflituosas entre diferentes grupos sociais ou setores da cidadania. Os processos de coesão social podem ser obstaculizados ao aparecerem conflitos que, se forem indevidamente canalizados, levem à segregação mútua entre setores comunitários. A exclusão social é definida por dois componentes: uma situação social diferenciada em decorrência de uma ou mais variáveis (procedência geográfica, cultural ou social, valores e crenças, opções e atitudes sexuais, gênero, nível de renda etc.) em relação ao grupo social mais amplo (definido em função das variáveis sociais consideradas), e uma atitude de rejeição ou segregação do grupo social mais amplo com respeito ao minoritário em todos ou em alguns dos níveis ou âmbitos de uma sociedade (econômicos, sociais, territoriais ou políticos). A diferença social, a desigualdade ou mesmo o desvio em relação a atitudes e condutas predominantes e suportadas pelos costumes ou normas geram exclusão social, se não for criada uma reação social segregacionista ou excludente. Determinadas situações sociais condicionam, sem dúvida, o aparecimento da reação de exclusão: elevados níveis de desemprego, a insegurança cidadã, situações de miséria econômica e de habitação, a ocupação exclusivista do espaço público etc. Porém, a reação excludente tem seus mecanismos próprios de geração: desconhecimento do outro, incompreensão de atitudes e reações, 192 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades