Governança Democrática - 3ª Edição | Page 186

Já mencionamos que a coesão social não pode ser entendida apenas como um resultado do desenvolvimento de um território. Pelo contrário, é preciso partir de alguns níveis necessários de coesão para que se alcance um desenvolvimento endógeno sustentado e sustentável. Neste sentido, ela deve ser entendida como capacidade de organização e ação de um território para enfrentar seus próprios desafios econômicos, sociais, político-democráticos e de sustentabilidade. Quer dizer, de uma maneira muito semelhante a como se tem entendido historicamente o trabalho de desenvolvimento comunitário por parte dos trabalhadores da área social. Uma cidade ou município, em geral, estará mais integrado socialmente, ou disporá de maior capacidade de organização e ação sempre que: • Disponha de uma grande e ampla visão compartilhada do território, assim como das bases e eixos sobre os quais deve se assentar uma estratégia que envolva a grande maioria dos atores sociais e cidadãos. • Exista um profundo e amplo sentimento de identidade com a cidade por parte de todas as distintas comunidades e setores que a compõem, e que se distinguem por sua procedência geográfica, cultural ou social. • Seja desenvolvido um processo de maior valorização das diferenças entre as pessoas, frente a sua procedência geográfica e cultural. • Sejam desenvolvidas relações diversas e intensas entre as pessoas nos distintos âmbitos sociais: trabalho, escola, lazer, bairro etc. • Exista um processo mais intenso e extenso de redução das desigualdades sociais e geração de novas e maiores oportunidades vitais para o desenvolvimento de projetos de autonomia individual ou grupal ao alcance da cidadania, 184 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades