Já mencionamos que a coesão social não pode ser entendida
apenas como um resultado do desenvolvimento de um território. Pelo contrário, é preciso partir de alguns níveis necessários de coesão para que se alcance um desenvolvimento endógeno sustentado e sustentável. Neste sentido, ela deve ser
entendida como capacidade de organização e ação de um território para enfrentar seus próprios desafios econômicos, sociais,
político-democráticos e de sustentabilidade. Quer dizer, de uma
maneira muito semelhante a como se tem entendido historicamente o trabalho de desenvolvimento comunitário por parte
dos trabalhadores da área social.
Uma cidade ou município, em geral, estará mais integrado
socialmente, ou disporá de maior capacidade de organização e
ação sempre que:
• Disponha de uma grande e ampla visão compartilhada do
território, assim como das bases e eixos sobre os quais deve
se assentar uma estratégia que envolva a grande maioria
dos atores sociais e cidadãos.
• Exista um profundo e amplo sentimento de identidade com
a cidade por parte de todas as distintas comunidades e
setores que a compõem, e que se distinguem por sua procedência geográfica, cultural ou social.
• Seja desenvolvido um processo de maior valorização das
diferenças entre as pessoas, frente a sua procedência geográfica e cultural.
• Sejam desenvolvidas relações diversas e intensas entre as
pessoas nos distintos âmbitos sociais: trabalho, escola, lazer,
bairro etc.
• Exista um processo mais intenso e extenso de redução das
desigualdades sociais e geração de novas e maiores oportunidades vitais para o desenvolvimento de projetos de
autonomia individual ou grupal ao alcance da cidadania,
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades