Governança Democrática - 3ª Edição | Page 181

lhador social como agente de mudança, que teve força nos anos 70 e até o princípio dos 80 na Catalunha. É certo que o papel do trabalhador social, como os educadores, psicólogos e sociólogos, contribui para o desenvolvimento comunitário, ao fortalecer a capacidade de uma comunidade. De fato, como já observado anteriormente, uma das tarefas prioritárias para a governança democrática é o fortalecimento da organização dos grupos e comunidades vulneráveis, para que participem de pleno direito na construção do interesse geral em seu território. Daí decorre a importância do trabalho social comunitário como prioridade crescente na perspectiva do futuro imediato. Porém, como no caso do gestor ou gerente, a tarefa se inscreve no marco das políticas de construção coletiva do bem-estar, que deve, sem dúvida, ter como protagonista o político, o representante da pólis ou cidade. Podemos dizer, com toda clareza, que o agente principal de mudança, já que não existe um agente único na democracia consolidada, é o político eleito. É desejável que ele seja o principal líder da capacidade de organização e ação de um território. Qualquer enfoque que coloque em um profissional o papel de agente de mudança em uma democracia só pode ser entendido como uma relíquia do pensamento tecnocrático e autoritário. A nova tarefa: tornar visível o apoio social às políticas Um dos temas mais preocupantes do trabalho político é, sem dúvida, a oposição de setores da cidadania à tomada de decisões de caráter transcendente sobre assuntos de interesse coletivo. Maquiavel, em O príncipe, já alertava o mandatário sobre este aspecto, na introdução de reformas e novas leis: Aquele que queira introduzi-las (as novas leis ou reformas), terá Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 179