dependentes químicos. E a Prefeitura, apoiada pelas associações de familiares de pessoas dependentes e outras associações civis, não quer desistir de implantar o centro em um dos
poucos espaços adequados existentes na cidade. A partir daí
aparecem as acusações de que uns querem prejudicar o bairro
e de que a outros faltam compreensão e solidariedade, e o
conflito acaba tomando corpo. Na verdade, os interesses dos
dois grupos são mais complexos e diversos e poucas vezes
aparecem expressos em conflitos. Os moradores do bairro
estão preocupados com a possível desvalorização de sua
região e das suas casas, o que é muito compreensível dado o
preço da moradia e os esforços necessários para pagá-la.
Também estarão preocupados pelo possível aumento da insegurança, devido a ser frequentemente associado, no imaginário coletivo, o consumo de drogas com a delinquência.
Possivelmente também estarão preocupados com a sujeira,
pela deterioração dos padrões de comportamento atribuída a
essas pessoas e, obviamente, pelo aumento do tráfico de drogas
no bairro e que o consumo acabe chegando a seus filhos. Por
outro lado, a Prefeitura e as associações de familiares e outras
organizações sociais consideram que é necessário que a cidade
disponha deste tipo de equipamento e canalize suas esperanças
de reabilitação, e que são poucos os locais adequados e disponíveis na cidade para tal prática.
Estas importantes questões podem ser compatibilizados
em um projeto integral que dê segurança e contrapartida aos
moradores do bairro para que seus interesses sejam assegurados. Como, por exemplo, por meio da construção de
elementos simbólicos, espaços públicos, subvenções para
reabilitação de construções, medidas para melhoria do trânsito, enfim, medidas que repercutam na manutenção ou
melhoria do valor do patrimônio imobiliário dos moradores.
Além disso, podem ser tomadas medidas que assegurem a
implementação de políticas que melhorem a segurança e
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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