sentante foi eleito por empresários, universitários, comunidade
religiosa etc.
Na verdade, o único representante votado por todos os
cidadãos e apenas enquanto cidadãos é o político eleito. Apenas
se este assumir a liderança, existirão as condições para que a
governança seja realmente integradora.
Sem dúvida, um dos déficits democráticos que pode envolver
a governança é a exclusão dos setores que não dispõem de
capacidades organizativas ou de interlocução na defesa de seus
interesses. O político-governante caracterizará sua aposta na
democracia por meio de ações positivas que desenvolva para
conseguir a melhoria da capacidade de representação dos interesses de todos os setores e, em especial, dos mais vulneráveis.
Esta tarefa, ainda que se refira a todos os âmbitos do governo
local, corresponde muito frequentemente de modo específico
aos políticos com responsabilidades de governo nas áreas de
bem-estar social.
A democracia, como afirma com veemência Zafra,8 é representação. Se esta falha, o que falha é a democracia. As denominadas democracias participativas e deliberativas são, sem dúvida,
aspec tos que contribuem para assegurar que se produza uma
boa representação ao longo dos mandatos entre as eleições, mas
é muito pouco razoável pensar que um complemento possa substituir o essencial, que é a eleição do representante e a qualidade
da representação como ingredientes básicos da democracia.
Um novo papel para o eleito local
Em um governo relacional, cujo principal papel é organizar
a capacidade coletiva para promover o desenvolvimento
8 ZAFRA, Moise. El ayuntamiento como gobierno facilitador de consensos. Barcelona:
F. Pi i Sunyer, 2003.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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