Tudo isto faz com que estejam sendo produzidas mudanças
nas respostas da sociedade aos desafios sociais. Na atualidade,
nenhum setor, seja público ou privado, dispõe de toda a informação e, muito menos, da capacidade de atuação para fazer
frente às demandas da sociedade.
Conclusão: da gerência à governança
Hoje, é preciso trocar o modo gerencial de governar pela
gestão relacional ou das interdependências próprias da governança. As principais razões são:
• Estamos diante de novas formas de desigualdade e pobreza,
distintas do não acesso a determinado nível de benefícios
econômicos e serviços que justificaram o aparecimento do
governo provedor. Ante as novas formas de desigualdade
relativas aos capitais cultural e social e à dualização digital
etc., a prestação pública continua sendo necessária, mas é
absolutamente insuficiente.
• O surgimento de desafios e necessidades intangíveis torna
ineficaz uma ação baseada nos recursos econômicos e na
prestação de serviços.
• O gasto público, que supera 50% do PIB, pode crescer, mas
de maneira lenta. Já as necessidades e desafios sociais
disparam. Isto é, as necessidades crescem em proporção
geométrica enquanto os recursos públicos crescem em
proporção aritmética. O crescimento das necessidades
sociais e a busca de novos caminhos para sua satisfação são
sinônimo de progresso.
• A multiplicação de agentes no âmbito do bem-estar social
implica o reposicionamento do papel do governo p ara assegurar a qualidade e a coordenação da oferta para que esta
possa chegar a todos e, especialmente, aos cidadãos mais
necessitados e vulneráveis. Tudo isso exige um novo posicioGovernança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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