volvimento urbano. Este projeto deve aglutinar e coordenar os
esforços de todas as administrações envolvidas, de todos os atores
privados e de toda iniciativa social que interfira na transformação
da cidade. Logicamente, a direção deste projeto deve ser exercida pelo governo democrático mais próximo dos cidadãos, que
é o que melhor pode organizar a rede de atores envolvidos.
Mudanças nas formas de prestação
e gestão dos serviços de bem-estar social
Foram introduzidas importantes modificações na gestão
pública dos serviços na área do bem-estar social na década de 90
do século XX. Do predomínio da gestão pública direta dos serviços,
passou-se, paulatinamente, à gestão indireta ou contratação
externa para a gestão de serviços financiados com fundos públicos.
Esta contratação fez com que surgisse o setor privado, tanto
com finalidades lucrativas quanto não lucrativas, como opção
para a gestão de serviços públicos terceirizados.
Por outro lado, a ampliação de determinados benefícios
sociais a vários setores da população também favoreceu os
serviços de bem-estar social financiados pelo setor privado por
sua rentabilidade. O setor privado foi também favorecido pela
extensão da responsabilidade social corporativa das empresas,
por meio da qual estas decidem de maneira voluntária integrar a
realização de uma série de objetivos sociais em suas operações
comerciais e produtivas, e nas relações com seus interlocutores.
Por último, os processos de individualização, não de individualismo social, e a crise das grandes organizações sociais
– partidos, sindicatos, igrejas – fez surgir uma nutrida oferta
de associações e movimentos sociais que têm como finalidade contribuir para a resposta aos desafios sociais que as
cidades apresentam.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades