Governança Democrática - 3ª Edição | Page 154

volvimento urbano. Este projeto deve aglutinar e coordenar os esforços de todas as administrações envolvidas, de todos os atores privados e de toda iniciativa social que interfira na transformação da cidade. Logicamente, a direção deste projeto deve ser exercida pelo governo democrático mais próximo dos cidadãos, que é o que melhor pode organizar a rede de atores envolvidos. Mudanças nas formas de prestação e gestão dos serviços de bem-estar social Foram introduzidas importantes modificações na gestão pública dos serviços na área do bem-estar social na década de 90 do século XX. Do predomínio da gestão pública direta dos serviços, passou-se, paulatinamente, à gestão indireta ou contratação externa para a gestão de serviços financiados com fundos públicos. Esta contratação fez com que surgisse o setor privado, tanto com finalidades lucrativas quanto não lucrativas, como opção para a gestão de serviços públicos terceirizados. Por outro lado, a ampliação de determinados benefícios sociais a vários setores da população também favoreceu os serviços de bem-estar social financiados pelo setor privado por sua rentabilidade. O setor privado foi também favorecido pela extensão da responsabilidade social corporativa das empresas, por meio da qual estas decidem de maneira voluntária integrar a realização de uma série de objetivos sociais em suas operações comerciais e produtivas, e nas relações com seus interlocutores. Por último, os processos de individualização, não de individualismo social, e a crise das grandes organizações sociais – partidos, sindicatos, igrejas – fez surgir uma nutrida oferta de associações e movimentos sociais que têm como finalidade contribuir para a resposta aos desafios sociais que as cidades apresentam. 152 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades