Estes enclaves são social e culturalmente homogêneos, como
o são os subúrbios pobres, e a ampliação de uns e outros significa o desaparecimento dos espaços públicos que são a base da
cidadania.18 Superar estes enclaves de exclusão significa proporcionar segurança cidadã. A segurança urbana tem três componentes – os três “P” da segurança: Proteção aos cidadãos, porém
num sentido amplo.
Que os cidadãos se sintam seguros ante o delito e a violência,
mas também frente a catástrofes, enfermidades, envelhecimento etc. Para isto é necessária a prevenção, no sentido da
antecipação, mas também a promoção social dos socialmente
segregados. Devemos ter sempre claro que são os processos de
marginalização e exclusão social que explicam, em grande
medida, a delinquência urbana.
Reduzir as condições de exclusão significa, além disso,
gerar novas oportunidades de ocupação e de coesão no tecido
social para inserir as pessoas na comunidade. Para o primeiro,
é necessário gerar investimentos produtivos e desenvolver
a educação.
Educação permanente ao longo de toda a vida para todos os
cidadãos e cidadãs, baseada nas quatro aprendizagens que o
Informe Delors para as Nações Unidas aponta: aprender a fazer,
aprender a conhecer, aprender a ser e aprender a conviver.
Esta última aprendizagem é a que permite que o agrupamento de pessoas de diferentes procedências geográficas e
origens culturais construa a nova cultura urbana, transformando
com criatividade e pluralismo cultural, e em convivência com a
diversidade, o que poderia se tornar um choque entre culturas.
Os desafios sociais urbanos são interdependentes,
condicionam-se, razão pela qual é preciso, como dito anteriormente, dar-lhes uma solução integral em um projeto de desen18 MAYOR, S. Un mundo nuevo. Unesco, 2000.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
151