Governança Democrática - 3ª Edição | Page 153

Estes enclaves são social e culturalmente homogêneos, como o são os subúrbios pobres, e a ampliação de uns e outros significa o desaparecimento dos espaços públicos que são a base da cidadania.18 Superar estes enclaves de exclusão significa proporcionar segurança cidadã. A segurança urbana tem três componentes – os três “P” da segurança: Proteção aos cidadãos, porém num sentido amplo. Que os cidadãos se sintam seguros ante o delito e a violência, mas também frente a catástrofes, enfermidades, envelhecimento etc. Para isto é necessária a prevenção, no sentido da antecipação, mas também a promoção social dos socialmente segregados. Devemos ter sempre claro que são os processos de marginalização e exclusão social que explicam, em grande medida, a delinquência urbana. Reduzir as condições de exclusão significa, além disso, gerar novas oportunidades de ocupação e de coesão no tecido social para inserir as pessoas na comunidade. Para o primeiro, é necessário gerar investimentos produtivos e desenvolver a educação. Educação permanente ao longo de toda a vida para todos os cidadãos e cidadãs, baseada nas quatro aprendizagens que o Informe Delors para as Nações Unidas aponta: aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a ser e aprender a conviver. Esta última aprendizagem é a que permite que o agrupamento de pessoas de diferentes procedências geográficas e origens culturais construa a nova cultura urbana, transformando com criatividade e pluralismo cultural, e em convivência com a diversidade, o que poderia se tornar um choque entre culturas. Os desafios sociais urbanos são interdependentes, condicionam-se, razão pela qual é preciso, como dito anteriormente, dar-lhes uma solução integral em um projeto de desen18 MAYOR, S. Un mundo nuevo. Unesco, 2000. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 151