tamento do risco, como o fundamentalismo – entendido como
defesa de tradições inadequadas, por não serem mais funcionais
para a garantia da qualidade de vida na cidade –, ou o racismo,
como forma de culpar terceiros pelos riscos de perda dos
costumes e tradições supostamente autóctones.
Imigração: identidade e multiculturalidade
O baixo crescimento vegetativo da população nas cidades
europeias, conjugado ao incremento da oferta de postos de
trabalho pouco qualificados e ao forte incremento da população ativa sem possibilidades de ocupação nos países pouco
desenvolvidos, explica o importante fenômeno imigratório que
está ocorrendo em direção às principais cidades europeias.
Para entender este fenômeno e adotar uma perspectiva
adequada ao seu tratamento é preciso perceber quatro questões importantes:
• Mais do que um problema, a imigração será uma solução
sempre que coincida com a existência de postos de trabalhos suficientes para serem oferecidos à população imigrante,
e desde que não exista concorrência entre imigrantes e a
população local. A disputa por postos de trabalho é a principal fonte de conflitos e segregação, que se expressa não
poucas vezes em termos racistas por parte da população
local com menor nível de qualificação. A correlação que os
estudos sociológicos têm demonstrado no sentido de que
um maior nível de escolaridade corresponde a atitudes
menos xenófobas encontra explicação no fato de que a
população qualificada não entra em disputa com os
imigrantes, já que esta em sua grande maioria é uma força
de trabalho de baixa qualificação.
• Em segundo lugar, os baixos níveis de renda e a necessidade de encontrar grupos com a maior afinidade possível
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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