Governança Democrática - 3ª Edição | Page 139

tamento do risco, como o fundamentalismo – entendido como defesa de tradições inadequadas, por não serem mais funcionais para a garantia da qualidade de vida na cidade –, ou o racismo, como forma de culpar terceiros pelos riscos de perda dos costumes e tradições supostamente autóctones. Imigração: identidade e multiculturalidade O baixo crescimento vegetativo da população nas cidades europeias, conjugado ao incremento da oferta de postos de trabalho pouco qualificados e ao forte incremento da população ativa sem possibilidades de ocupação nos países pouco desenvolvidos, explica o importante fenômeno imigratório que está ocorrendo em direção às principais cidades europeias. Para entender este fenômeno e adotar uma perspectiva adequada ao seu tratamento é preciso perceber quatro questões importantes: • Mais do que um problema, a imigração será uma solução sempre que coincida com a existência de postos de trabalhos suficientes para serem oferecidos à população imigrante, e desde que não exista concorrência entre imigrantes e a população local. A disputa por postos de trabalho é a principal fonte de conflitos e segregação, que se expressa não poucas vezes em termos racistas por parte da população local com menor nível de qualificação. A correlação que os estudos sociológicos têm demonstrado no sentido de que um maior nível de escolaridade corresponde a atitudes menos xenófobas encontra explicação no fato de que a população qualificada não entra em disputa com os imigrantes, já que esta em sua grande maioria é uma força de trabalho de baixa qualificação. • Em segundo lugar, os baixos níveis de renda e a necessidade de encontrar grupos com a maior afinidade possível Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 137