Governança Democrática - 3ª Edição | Page 133

A individualização das relações sociais e a geração de capital social A inovação constante em processos e produtos exige flexibilidade na estrutura ocupacional, para o que se requer uma força de trabalho com uma ampla formação de base polivalente que a permita adaptar-se às mudanças no sistema produtivo. A individualização das relações trabalhistas é outra característica da era da informação e do conhecimento. A especialização flexível e a tendência já assinalada de as empresas formarem redes locais e internacionais reduzem o tamanho de cada uma das unidades produtivas tomadas individualmente. Do mesmo modo, o trabalho com tecnologias da informação, da comunicação e também da robótica, individualiza os processos de trabalho e, ao contrário do trabalho mecânico da sociedade industrial, os trabalhadores na era do conhecimento não se submetem às maquinas e controlam o processo produtivo de maneira individual e não coletiva. Isto faz com que as organizações trabalhistas e, principalmente os sindicatos, cujas estruturas e objetivos surgiram na era industrial, estejam atravessando um processo de crise de adaptação para preservar a dignidade das condições de trabalho dos novos tipos de trabalhadores – com a tipologia mais ampla e diversificada de postos de trabalho, mais fragmentados em um maior número de empresas, com maior autonomia no processo produtivo e formação, e inseridos em um ambiente que está mudando o processo de formação das classes sociais. Isto não quer dizer que não existam desigualdades sociais, inclusive desigualdades crescentes. Porém, as desigualdades baseadas na organização em classes sociais e, em especial, na consciência de classe, perderam sua posição principal ou centralidade na sociedade. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 131