A mudança nas formas de governar os territórios não se
justifica apenas pela necessidade de gerir a coisa pública aprofundando a democracia e para alcançar maior eficácia e eficiência das políticas públicas, mas pelo fato de que está ocorrendo uma grande transformação em nossa sociedade que afeta
a economia, a estrutura social, a organização do espaço, a
educação, a cultura e, naturalmente, a estrutura do governo e o
modo de governar.
Estamos vivendo o processo de transição da sociedade industrial para a sociedade em rede ou sociedade do conhecimento. Isto
significa uma mudança social tão importante como foi a passagem
da sociedade agrícola e artesanal à sociedade industrial.1
A sociedade em rede assentada nas tecnologias da informação e comunicação tem na geração do conhecimento e na
inovação, a partir da interação de diferentes agentes (pessoas,
empresas, atores, setores produtivos etc.), a principal fonte de
valor agregado.
A principal fonte de produtividade é o capital cultural ou
intelectual, gerado e fortalecido a partir da qualidade e intensidade das interações humanas e empresariais, ou seja, da qualidade da organização das redes. Nas últimas etapas da sociedade industrial, predominava a organização fordista, e uma de
suas principais características era a absorção pela empresa, na
sua própria estrutura, da maioria das funções relacionadas com
a produção (marketing, assistência jurídica, comercialização
etc.). Na atualidade, e dada a necessidade de inovar permanentemente, as empresas se especializam de maneira flexível
naquilo que é a sua atividade central e terceirizam a maior parte
das atividades de apoio à sua produção específica. Os conceitos
de inovação, flexibilidade e adaptabilidade substituíram a especialização, continuidade e reprodução de atividades e produtos.
1 Ver CASTELLS, M. La era de la informaci