• A direção sistêmica por objetivos.16 As técnicas de administração por objetivos são um bom instrumento para a gestão
relacional. Não é este o caso da direção baseada em procedimentos protocolizados para se chegar a um resultado,
uma vez que se trata de estabelecer objetivos comuns a um
conjunto de atores que constituem um sistema social e, de
acordo com eles, concretizar de maneira inovadora seus
objetivos por meio de projetos cujo gerenciamento deve ser
feito em rede.
Para desenvolver-se, a governança precisa ter êxitos
eleitorais visíveis
Como já observado, o governo relacional, com a governança
como seu modo específico de administrar, é um novo paradigma que está avançando nas Ciências Sociais, embora não
constitua o modo de governar habitual nem na América nem na
Europa. Para desenvolver-se, além das técnicas, a governança
precisa de conteúdos nas políticas públicas e, especialmente, de
êxitos eleitorais visíveis.
Atualmente, e apesar da sua crise, é o governo gestor com o
seu modo gerencial de governar que constitui a forma dominante de fazer política. Sem dúvida, uma das razões que explica
a permanência do “gerencialismo” como modo habitual de
governar é que se acha amplamente na consciência das pessoas
o modo gerencial como a forma correta de fazer “política”
(confundindo-se a prática dominante e o hábito com a postura
correta e adequada).
Considera-se que a política demanda o cidadão (sem ter em
conta que, neste caso, se observa a lei de Say, que nos diz que
a oferta, no caso a política, condiciona a demanda) e que qual16 Para conhecer o enfoque sistêmico, recomenda-se a leitura de BERTALANFFY, L.
La Teoría General de Sistemas. Madrid: F. C. E, 1981.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades