A gestão relacional se assenta em um
conjunto de técnicas e instrumentos
A gestão relacional, como instrumento de governança, não
é somente um enfoque da realidade social e, em especial, do
modo de governar. Ela necessita também de técnicas e instrumentos que façam dela um mecanismo eficaz do desenvolvimento humano.
Precisamente, este novo enfoque é o que permite transformar novos métodos em instrumentos de gestão ou identificar e adaptar antigas técnicas, propiciando-lhes um papel
renovado na gestão das relações sociais.
Sem dúvida, o avanço da gestão relacional e as próprias transformações que sua aplicação propicia condicionarão o surgimento de novas técnicas e o aperfeiçoamento das existentes.
Em uma publicação da Área de Promoção Econômica da
Província8 de Barcelona, expliquei em detalhes as características
de uma série de técnicas que já demonstraram sua eficácia na
gestão relacional, e que enumero a seguir para que o leitor tome
conhecimento do amplo leque de ferramentas já existente:9
• Os planos estratégicos, desenvolvidos nos territórios a partir da
cooperação público-pública e público-privada e a participação cidadã, constituem um bom início da gestão relacional
própria da governança, ao dotar os territórios de uma estratégia compartilhada entre os principais atores e com um
amplo apoio social. O planejamento estratégico, assim enten8 No original, Diputación (Província). Trata-se de um governo supramunicipal de
âmbito territorial denominado Província. Na Espanha, a organização territorial
é a seguinte: os municípios se agrupam em Províncias e estas se agrupam
em Comunidades Autônomas (equivalentes aos estados no Brasil). Os órgãos
de governo da Província são eleitos pelas prefeituras em função do número
de vereadores, que, por sua vez, depende do tamanho da população do seu
município. (Nota do tradutor)
9 PASCUAL ESTEVE, J. M. Estrategia urbana y gobernanza, op. cit.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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