O escritório de coordenação do Programa Eurosocial
observa: “De uma perspectiva individual, a coesão social supõe
a existência de pessoas que se sentem parte de uma comunidade, participam ativamente em diversos âmbitos de decisão e
são capazes de exercer uma cidadania ativa”.1 Acrescenta três
novos elementos: sentimento de enraizamento, cidadania ativa
e participação social.
No mesmo sentido do programa mencionado, a organização do governo britânico I&DEA2 define uma comunidade
socialmente coesa por meio de quatro características:
1. Tem uma visão e um sentimento de enraizamento
compartilhado.
2. A diferença de circunstâncias, ambiente e culturas é valorizada como um fato positivo.
3. Independentemente do seu ambiente, as pessoas têm oportunidades de vida semelhantes.
4. Desenvolve relações fortes e positivas entre pessoas de
ambientes muito diversos, quer seja no trabalho, na escola
ou no bairro.
Neste ponto, e considerando que o Programa Eurosocial e,
em especial, o I&DEA definem a coesão social pela qualidade,
complexidade e diversidade das relações entre os cidadãos e
vizinhos, antecipo uma tese: entendida como atributo de relações sociais, a coesão social deve ser considerada como fatorchave e desencadeante do desenvolvimento humano. Isto é,
mais do que resultado da distribuição de renda ou acesso a
equipamentos e serviços financiados pelo desenvolvimento
econômico anteriormente ocorrido no território, defendo que é
preciso existir coesão social prévia, concebida como condição
1 Ver Fundación Internacional y para Iberoamérica de Administración y Políticas
Públicas (Fiiapp), Documento de discussão da jornada “A coesão social: um
desafio para a Europa e a América Latina”, 2007, p. 1.
2 Ver .
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades