Governança Democrática - 3ª Edição | Page 110

O escritório de coordenação do Programa Eurosocial observa: “De uma perspectiva individual, a coesão social supõe a existência de pessoas que se sentem parte de uma comunidade, participam ativamente em diversos âmbitos de decisão e são capazes de exercer uma cidadania ativa”.1 Acrescenta três novos elementos: sentimento de enraizamento, cidadania ativa e participação social. No mesmo sentido do programa mencionado, a organização do governo britânico I&DEA2 define uma comunidade socialmente coesa por meio de quatro características: 1. Tem uma visão e um sentimento de enraizamento compartilhado. 2. A diferença de circunstâncias, ambiente e culturas é valorizada como um fato positivo. 3. Independentemente do seu ambiente, as pessoas têm oportunidades de vida semelhantes. 4. Desenvolve relações fortes e positivas entre pessoas de ambientes muito diversos, quer seja no trabalho, na escola ou no bairro. Neste ponto, e considerando que o Programa Eurosocial e, em especial, o I&DEA definem a coesão social pela qualidade, complexidade e diversidade das relações entre os cidadãos e vizinhos, antecipo uma tese: entendida como atributo de relações sociais, a coesão social deve ser considerada como fatorchave e desencadeante do desenvolvimento humano. Isto é, mais do que resultado da distribuição de renda ou acesso a equipamentos e serviços financiados pelo desenvolvimento econômico anteriormente ocorrido no território, defendo que é preciso existir coesão social prévia, concebida como condição 1 Ver Fundación Internacional y para Iberoamérica de Administración y Políticas Públicas (Fiiapp), Documento de discussão da jornada “A coesão social: um desafio para a Europa e a América Latina”, 2007, p. 1. 2 Ver . 108 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades