Governança Democrática - 3ª Edição | Page 107

referência para os diversos planos setoriais e políticas públicas, em especial planos de ordenamento territorial e, particularmente, urbanístico. O desenvolvimento humano se apoia em um quadrilátero virtuoso: econômico, social, territorial-sustentável e democrático. A opção pelo desenvolvimento humano é uma opção pluralista. Não significa que todas as opções políticas coincidem com as propostas eleitorais apresentadas à população. Claro que o desenvolvimento humano implica que se leve em conta os quatro fatores do desenvolvimento, mas as prioridades ou pesos atribuídos a cada um deles nas políticas concretas é o que irá distinguir as opções eleitorais. Este conceito está relacionado com a mudança de visão do desenvolvimento e do papel das pessoas nele, que a sociedade do conhecimento ou a sociedade em rede incorpora. De fato, durante o pleno desenvolvimento da sociedade industrial, o homem (entendido como genérico de mulher e homem) era considerado um apêndice da máquina. Sua produtividade, multiplicada pela divisão do trabalho e pelos seus equipamentos, era o elemento-chave do desenvolvimento. Este, por sua vez, era entendido em sua vertente mais restrita como crescimento econômico, em cuja origem estavam os investimentos em infraestrutura e grandes equipamentos. Já na sociedade do conhecimento, ao ser este a principal fonte de valor agregado, as pessoas, as equipes profissionais e a organização em rede das empresas atingem a sua máxima relevância. A tecnologia – e, principalmente, as tecnologias da informação – se converte no suporte necessário para que as pessoas e equipes produzam conhecimentos. Ao centrar-se nas pessoas, o desenvolvimento e a visão que se tem dele se aproximam mais das múltiplas dimensões de suas necessidades e, portanto, se tornam mais amplos. Por outro lado, o bem-estar já não se encontra no governo (em sua oferta de serviços), mas está nas pessoas. São elas que Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 105