referência para os diversos planos setoriais e políticas públicas,
em especial planos de ordenamento territorial e, particularmente, urbanístico. O desenvolvimento humano se apoia em
um quadrilátero virtuoso: econômico, social, territorial-sustentável e democrático.
A opção pelo desenvolvimento humano é uma opção pluralista. Não significa que todas as opções políticas coincidem com
as propostas eleitorais apresentadas à população. Claro que o
desenvolvimento humano implica que se leve em conta os
quatro fatores do desenvolvimento, mas as prioridades ou pesos
atribuídos a cada um deles nas políticas concretas é o que irá
distinguir as opções eleitorais.
Este conceito está relacionado com a mudança de visão do
desenvolvimento e do papel das pessoas nele, que a sociedade
do conhecimento ou a sociedade em rede incorpora. De fato,
durante o pleno desenvolvimento da sociedade industrial, o
homem (entendido como genérico de mulher e homem) era
considerado um apêndice da máquina. Sua produtividade,
multiplicada pela divisão do trabalho e pelos seus equipamentos, era o elemento-chave do desenvolvimento. Este, por
sua vez, era entendido em sua vertente mais restrita como crescimento econômico, em cuja origem estavam os investimentos
em infraestrutura e grandes equipamentos. Já na sociedade do
conhecimento, ao ser este a principal fonte de valor agregado,
as pessoas, as equipes profissionais e a organização em rede das
empresas atingem a sua máxima relevância. A tecnologia – e,
principalmente, as tecnologias da informação – se converte no
suporte necessário para que as pessoas e equipes produzam
conhecimentos. Ao centrar-se nas pessoas, o desenvolvimento e
a visão que se tem dele se aproximam mais das múltiplas dimensões de suas necessidades e, portanto, se tornam mais amplos.
Por outro lado, o bem-estar já não se encontra no governo (em
sua oferta de serviços), mas está nas pessoas. São elas que
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
105