Governança Democrática - 3ª Edição | Page 102

tecnologias de informação são, segundo Castells,17 fatores centrais tanto para o desenvolvimento econômico quanto para o social. A sociedade do conhecimento se baseia em redes, na gestão dos conhecimentos das pessoas nos departamentos, empresas, entidades e organismos públicos. Ela posiciona os profissionais e as equipes no topo dos processos produtivos. Na sociedade industrial, o trabalhador era um apêndice da máquina; o importante era o processo no qual se inseriam as pessoas. Contrariamente, na sociedade do conhecimento, as tecnologias da informação e os processos produtivos são desenhados para servirem de suporte para que as pessoas e equipes possam gerar valor por meio da produção de conhecimentos. A densidade e qualidade das interações entre departamentos e empresas são os principais fatores críticos para a criatividade e a inovação. A principal vantagem econômica de um território é cada vez mais a vantagem colaborativa. Neste sentido, a economia depende da coesão social ou, para ser mais preciso, do capital social, que foi definido por Putnam de uma maneira muito semelhante à capacidade de organização e ação: “O capital social refere-se ao conjunto formado pela confiança social. Às normas e redes para resolver os problemas comuns. As redes de compromisso cívico, tais como associações de bairros, as federações desportivas e as cooperativas, constituem uma forma essencial de capital social. “Quanto mais densas forem estas redes, mais possibilidades existirão de que os membros de uma comunidade cooperem para obter um benefício comum.”18 Os indivíduos são cada vez menos autossuficientes. Por um lado, aumentam sua autonomia 17 Ver CASTELLS, M. Observatorio Global. Barcelona: La Vanguardia, 2006, p. 151193. 18 PUTNAM, Robert D. Making Democracy work: civic traditions in modern Italy. Princeton: Princeton University Press, 1993, p. 125. 100 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades