GERALDOPOST 2018 2018 | Page 9

rede social/Jean Wyllys

o único dos 581 parlamentares em virtude ao lançamento de sua candidatura em 19 de maio, não por acaso Dia Internacional de Combate à Homofobia.

"As pessoas não tem noção do que é chegar um gay na Câmara dos Deputados, dominada por homens brancos, héteros e ricos. Apenas a minha presença naquele ambiente já provoca um ódio em algumas figuras políticas", explica o deputado que concorre a sua terceiro mandato. Nesta entrevista breve, porém EXCLUSIVA, pensada especialmente para o lançamento da candidatura do deputado, mas respondida após o dia 19, Jean discorre sobre seu ingresso na política, sobre falta de engaja-mento dos LGBTs e também de como encontrar ou identidicar políticos simpa-tizantes à pauta LGBT no país.é preciso ter uma proposta clara pela diversidade, igualdade e pluralidade.

A PARADA LGBT DE SP TEM COMO TEMA AS ELEIÇÕES DE 2018, A IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE LGBT NA POLÍTICA. VOCE ACHA QUE O LGBT PRECISA SE ENGAJAR MAIS NA POLÍTICA? COMO? Sim, eu acho. Dizem que quem não gosta de política é governado pelos que gostam ou, ao menos, por quem usa a política como meio de benefício próprio e enriquecimento pessoal. Eu não me sentia representado por

menos, por quem usa a política como meio de benefício próprio e enriquecimento pessoal. Eu não me sentia representado por quem estava na política institucional e por isso me candidatei ao cargo de deputado federal porque considero muito importante que ocupemos nossos espaços nas casas legislativas do país e nos façamos repre-sentar na política, principalmente quando há um avanço do fascismo que tenta nos tornar invisíveis e nos tirar o pouco de direitos e de dignidade que já conquistamos com muita luta e suor. Nós, LGBTs, crescemos muito em aceitação e visibilidade, mas ainda vivemos um estigma que se reflete na nossa sub-representação na esfera política. Se houver um candidato heterossexual e cisgênero, por exemplo, com as mesmas qualidades de um candidato ou candidata LGBT, os eleitores ainda optam pelo heterossexual e cisgênero. É um movimento inconsciente. Existe uma forte homofobia internalizada, que nos afeta diretamente, mesmo que o resto das pessoas nem perceba. Os baixos índices de votação em candidatos LGBTs podem estar relacionados a outras demandas desta população. Talvez a própria comunidade LGBT queira representantes que sejam mais plurais. Na minha atuação como parlamentar, por exemplo, que é totalmente favorável às demandas de LGBT e na promoção de direitos humanos, sempre vemos o indivíduo como alguém plural: o gay negro, a transexual pobre, a lésbica que é adepta a alguma religião de matriz africana e vetc. Essas questões - gênero, identidade religiosa, raça - são indissociáveis. Se quem é LGBT não quer se engajar diretamente na política partidária e até disputar uma eleição para vereador, deputado estadual ou federal, pode apoiar candidatos que tenham compromissos reais com a nossa causa. E tão importante quanto isto é verificar as propostas de cada um dos candidatos e das candidatas, deixando claro que é preciso uma reflexão crítica na hora do voto. Não basta ser LGBT ou simpatizante, é preciso ter uma proposta clara pela diver-sidade, igualdade e pluralidade. A PRÉ CANDIDATURA FOI LANÇADA NO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE A HOMOFOBIA, FOI PROPOSITAL? Sim. Eu sou visto como um corpo estranho dentro do parlamento brasileiro e a maioria dos deputados tentam, a todo custo, me

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