F. Magazine 26 Revista Montada-fm26 | Page 174

CAPÍTULO PRECIOSO Estes lapidários especializados, para escaparem dos horrores da guerra que se iniciava, imigraram para o Brasil, acreditando no potencial que representava a exploração comercial daquelas pedras e a sua manufatura. Depressa, organizaram-se polos de lapidação, em Petrópolis e em Mar de Espanha (Minas Gerais), que chegaram a ter mais de 5 mil lapidários, impulsionando vigorosamente a indústria joalheira nacional. O país tinha todas as possibilidades para tal desenvolvimento: não participava ativamente da guerra, era grande produtor dos insumos fundamentais da joalheria – ouro, diamantes e pedras coradas. Só necessitava do know-how. Na época, o governo de Getúlio Vargas e seu ministro das Relações Exteriores, o Sr. Oswaldo Aranha, cegos para a prospecção desse setor, tão dependente dos estrangeiros, “ negaram sistematicamente vistos aos refugiados, muitos deles apátridas, perseguidos na Europa. Em relação aos lapidários, especificamente, esses enfrentavam todo tipo de barreiras, fazendo com que muitos saíssem do Brasil. Alguns foram para os EUA, onde o mercado era muito promissor para sua mão de obra, e as barreiras burocráticas e tributárias infinitamente menores que no Brasil. A falta de visão do governo em apoiar este polo estimulando a permanência dos profissionais no Brasil, somada à recessão do mercado joalheiro no pós-guerra, fez a maioria daqueles refugiados, muitos de origem judaica, mudar-se para o recém-criado Estado de Israel. Lá ajudaram a construir uma das maiores indústrias de lapidação de pedras preciosas do mundo, grande parte delas importadas em estado bruto do Brasil por esses “ex-imigrantes”, que dominavam o português e mantinham contatos nas regiões produtoras. fez a maioria daqueles refugiados, muitos de origem judaica, mudar-se para o recém-criado Estado de Israel. Lá ajudaram a construir uma das maiores indústrias de lapidação de pedras preciosas do mundo, grande parte delas importadas em estado bruto do Brasil por esses ‘ex-imigrantes’ ” 172