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entrevista
“O Brasil estava previsto para os primeiros 15 dias, mas só conseguimos lançar
após um mês. Felizmente, antes dos Jogos Olímpicos.” revela executivo da Niantic
Mathieu de Fayet revela bastidores de Pokemon GO e faz apostas sobre futuro da realidade aumentada
M athieu
de Fayet, vice-presidente de Parce-
rias Estratégicas da Niantic, trabalhou no projeto
de “Pokémon GO”, aplicativo de maior sucesso
na história dos smartphones. Ele esteve no Brasil e
conversou com a GAMESNEWS sobre aplicações
da realidade aumentada e novidades no jogo que se
tornou uma febre em todo o mundo, mas preocu-
pou autoridades.
Vocês esperavam uma repercussão tão grande do
“Pokémon GO”?
Era impossível esperar um sucesso tão grande.
Prova disso é que nossos melhores engenheiros não
foram capazes de prever a capacidade dos servido-
res para suportar a demanda dos jogadores. Nosso
maior cenário projetado era 50 vezes menor do que
o que aconteceu na realidade. Nós sabíamos que
Pokémon era uma marca poderosa, com 20 anos
de existência e mais de 200 milhões de fãs em todo
o mundo, mas as pessoas nos diziam que o jogo era
coisa para crianças, que não tinha apelo. Não foi
fácil, foi uma grande aposta. Na época, as pessoas já
falavam sobre realidade aumentada, mas ninguém
sabia como e quando essa tecnologia seria acessível.
Como surgiu a ideia de levar monstrinhos virtu-
ais para cenários reais?
Em 2014, nós ainda estávamos no Google e fize-
mos uma brincadeira do Dia da Mentira criada pela
equipe do Google Maps, sobre capturar Pokémon
no mundo real. Essa foi a origem da ideia. Nós de-
senvolvemos o “Ingress”, também um jogo de reali-
dade aumentada e o presidente da Nintendo, Iwata
Satoru, viu ali uma grande oportunidade para a
franquia Pokemon. Nós trabalhamos por dois anos,
secretamente, e o jogo foi lançado no ano passado.
O jogo foi lançado nos EUA no início de julho,
mas só chegou no Brasil em agosto. Por quê?
Falta de capacidade dos servidores. Nós alcan-
çamos 500 milhões de downloads em menos de 16
dias. Isso nunca tinha acontecido na história da in-
ternet. Então, os engenheiros tiveram que descobrir
como manter o jogo estável, e isso acabou atrasando
novidades que queríamos construir e o lançar nos
países. O Brasil estava previsto para os primeiros 15
dias, mas só conseguimos lançar depois de um mês.
Felizmente, antes dos Jogos Olímpicos.
Vocês fizeram algum
esforço especial para
o lançamento antes da
Olimpíada do Rio?
Sim,
trabalhamos
para garantir que “Poké-
mon GO” estivesse ati-
vo no Brasil para os
Jogos Olímpicos, e ati-
vo nos lugares certos.
Então, sim, nós acelera-
mos um pouco a nossa
agenda.
Jogo dos “monstri-
nhos” foi lançado no
Brasil em junho de
2016, menos de um
mês antes da cerimô-
nia de abertura das
Olimpíadas no Rio de
Janeiro.
pokemon go
Jogo se tornou febre em
todo o mundo e chegou
à marca de 500 milhões
de dowloads em apenas
16 dias.
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