T ECNOLOG IA
&
P R OC E SSOS
Caterpillar desenvolve carregadeira elétrica para mina subterrânea
Augusto Diniz – Green Valley, Arizona (Estados Unidos)
A Caterpillar apresentou em evento realizado à imprensa
nos dias 8 e 9 de novembro, em seu Centro de Demonstração
e Treinamento em Green Valley, no Arizona, Estados Unidos,
projeto de veículo elétrico para mina subterrânea. A aplica-
ção está sendo feita em uma nova geração de carregadeira.
De acordo com Susan Gaugush, gerente comercial da
Caterpillar, o fato das minas subterrâneas ser cada vez mais
profundas, com ambiente exigindo menos emissões de ga-
ses, impulsionam o equipamento movido a bateria.
Num teste que a marca norte-americana fez em uma
mina no Canadá com uma carregadeira para uso em terreno
subterrâneo, a utilização de bateria como fonte de propul-
são, representou custo dez vezes menor do que o tradicional
uso de óleo diesel.
A aplicação do veículo autônomo também tem crescido
na mina subterrânea por conta do trabalho severo, incluindo
altas temperaturas e necessidade de permanente ventilação.
A Cat também continua a ampliar seu portfólio de ser-
viços de tecnologia de monitoramento, análise e controle
remoto de frotas. Segundo a empresa, tem se aprofundado
cada vez mais a interoperabilidade das aplicações nos equi-
pamentos de mineração, com interfaces mais amplas ao
usuário.
A crescente automação e implantação da indústria 4.0
nas plantas no setor de mineração e a aplicação de veículos
autônomos na operação, exigirão tecnologias integradas em
uma plataforma única de comando de equipamentos e má-
quinas.
VEÍCULOS AUTÔNOMOS
No evento em seu centro, a Caterpillar informou que con-
ta com mais de 100 caminhões off road autônomos em ope-
ração no mundo. Alguns deles, como já é de conhecimento
do mercado, estão em teste na Mina Brucutu, da Vale, locali-
zada em São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais.
Os veículos autônomos que estão sendo utilizados nes-
ta planta é o 793F, com capacidade de 250 t, da Caterpillar.
Ressalta-se, porém, que o caminhão off road de mineração
da marca mais usado no País é o 797F (400 t de carga útil).
NOVA SEDE
Em março, o novo prédio da Caterpillar em Tucson, Ari-
zona, com mais de 150 mil m² e capacidade de receber cerca
de 600 funcionários, deve ser entregue.
O Centro de Demonstração e Treinamento da Caterpillar
em Green Valley fica próximo a Tucson e a cidade é usada
como base para deslocamento ao complexo. A marca já pos-
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OUTUBRO / NOVEMBRO | 2018
suía escritório em Tucson, mas o novo prédio, maior e com
várias facilidades, dará a Caterpillar condições de desenvol-
ver mais rapidamente seus projetos globais no setor de mi-
neração, de acordo com a marca.
CAMINHÕES OFF ROAD
Também no evento, a Caterpillar apresentou os cami-
nhões off road para mineração 796 AC (360 t) e 798 AC (410
t). A novidade nos veículos é o desenvolvimento do aciona-
mento elétrico.
Ambos caminhões devem chegar ao mercado no segundo
trimestre do ano que vem. As mudanças verificadas no 798
AC proporcionou um veículo mais leve e compacto. Por con-
ta disso, o equipamento passou a ter capacidade de carga
útil 10 t a mais do que seu similar – o 797F de acionamento
mecânico.
A marca ressalta os ganhos do 798 AC, como maior de-
sempenho, economia de combustível, menos emissões de
gases e aumento de produtividade. A empresa enfatizou a
importância da integração de motores, componentes, siste-
mas e softwares para o desenvolvimento desse novo cami-
nhão.
Destaca-se que a empresa já possuía caminhões off road
com acionamento elétrico, como o 795F AC – agora subs-
tituído pelo 796 AC – e o 794 AC, mas os novos modelos
melhoram consideravelmente a linha por conta de uma com-
binação de mudanças no design e os sistemas diversos que
compõem os veículos.
Segundo a Caterpillar, a adoção do acionamento elétrico
representa alteração significativa em veículos automotores,
já que muda a sua plataforma estrutural, abrindo novas pos-
sibilidades tecnológicas.
Jeff Castlemann, New Product Introduction manager da
Caterpillar, acredita que ambos sistemas de acionamento –
elétrico e mecânico – devem seguir evoluindo juntos e a op-
ção de uso deve ser determinada pelo usuário, pelo menos
nos próximos anos.