Edição especial 200 minas MM397_finalbx | Page 64

T ECNOLOG IA & P R OC E SSOS Caterpillar desenvolve carregadeira elétrica para mina subterrânea Augusto Diniz – Green Valley, Arizona (Estados Unidos) A Caterpillar apresentou em evento realizado à imprensa nos dias 8 e 9 de novembro, em seu Centro de Demonstração e Treinamento em Green Valley, no Arizona, Estados Unidos, projeto de veículo elétrico para mina subterrânea. A aplica- ção está sendo feita em uma nova geração de carregadeira. De acordo com Susan Gaugush, gerente comercial da Caterpillar, o fato das minas subterrâneas ser cada vez mais profundas, com ambiente exigindo menos emissões de ga- ses, impulsionam o equipamento movido a bateria. Num teste que a marca norte-americana fez em uma mina no Canadá com uma carregadeira para uso em terreno subterrâneo, a utilização de bateria como fonte de propul- são, representou custo dez vezes menor do que o tradicional uso de óleo diesel. A aplicação do veículo autônomo também tem crescido na mina subterrânea por conta do trabalho severo, incluindo altas temperaturas e necessidade de permanente ventilação. A Cat também continua a ampliar seu portfólio de ser- viços de tecnologia de monitoramento, análise e controle remoto de frotas. Segundo a empresa, tem se aprofundado cada vez mais a interoperabilidade das aplicações nos equi- pamentos de mineração, com interfaces mais amplas ao usuário. A crescente automação e implantação da indústria 4.0 nas plantas no setor de mineração e a aplicação de veículos autônomos na operação, exigirão tecnologias integradas em uma plataforma única de comando de equipamentos e má- quinas. VEÍCULOS AUTÔNOMOS No evento em seu centro, a Caterpillar informou que con- ta com mais de 100 caminhões off road autônomos em ope- ração no mundo. Alguns deles, como já é de conhecimento do mercado, estão em teste na Mina Brucutu, da Vale, locali- zada em São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais. Os veículos autônomos que estão sendo utilizados nes- ta planta é o 793F, com capacidade de 250 t, da Caterpillar. Ressalta-se, porém, que o caminhão off road de mineração da marca mais usado no País é o 797F (400 t de carga útil). NOVA SEDE Em março, o novo prédio da Caterpillar em Tucson, Ari- zona, com mais de 150 mil m² e capacidade de receber cerca de 600 funcionários, deve ser entregue. O Centro de Demonstração e Treinamento da Caterpillar em Green Valley fica próximo a Tucson e a cidade é usada como base para deslocamento ao complexo. A marca já pos- 64 | OUTUBRO / NOVEMBRO | 2018 suía escritório em Tucson, mas o novo prédio, maior e com várias facilidades, dará a Caterpillar condições de desenvol- ver mais rapidamente seus projetos globais no setor de mi- neração, de acordo com a marca. CAMINHÕES OFF ROAD Também no evento, a Caterpillar apresentou os cami- nhões off road para mineração 796 AC (360 t) e 798 AC (410 t). A novidade nos veículos é o desenvolvimento do aciona- mento elétrico. Ambos caminhões devem chegar ao mercado no segundo trimestre do ano que vem. As mudanças verificadas no 798 AC proporcionou um veículo mais leve e compacto. Por con- ta disso, o equipamento passou a ter capacidade de carga útil 10 t a mais do que seu similar – o 797F de acionamento mecânico. A marca ressalta os ganhos do 798 AC, como maior de- sempenho, economia de combustível, menos emissões de gases e aumento de produtividade. A empresa enfatizou a importância da integração de motores, componentes, siste- mas e softwares para o desenvolvimento desse novo cami- nhão. Destaca-se que a empresa já possuía caminhões off road com acionamento elétrico, como o 795F AC – agora subs- tituído pelo 796 AC – e o 794 AC, mas os novos modelos melhoram consideravelmente a linha por conta de uma com- binação de mudanças no design e os sistemas diversos que compõem os veículos. Segundo a Caterpillar, a adoção do acionamento elétrico representa alteração significativa em veículos automotores, já que muda a sua plataforma estrutural, abrindo novas pos- sibilidades tecnológicas. Jeff Castlemann, New Product Introduction manager da Caterpillar, acredita que ambos sistemas de acionamento – elétrico e mecânico – devem seguir evoluindo juntos e a op- ção de uso deve ser determinada pelo usuário, pelo menos nos próximos anos.